terça-feira, 25 de junho de 2013

CONTRA O GOLPE CHAMADO DE CONSTITUINTE EXCLUSIVA

Veja o que está por trás da proposta de "constituinte exclusiva" da Sra. Dilma Vanda[la] Roussef. Aconteceu assim na Bolívia, na Venezuela, no Irã, está acontecendo na Argentina e ela quer fazer aqui no Brasil. Pense no que resultaria duma constituinte com o domínio que o PT tem do congresso: Judiciário controlado e amordaçado, mensaleiros nos ministérios e por aí vai.
A sra. Dilma está aproveitando o clima de desgoverno para propor o que pode resultar numa constituição bolivariana, semelhante à que já existe na Venezuela e que está sendo instalada na Argentina de Cristina Kirschner. A Bolívia já tem a sua e o Peru está a caminho. É isso que o povo brasileiro quer? Pense bem, você que é simpatizante do petismo. Se prefere este tipo de bagunça institucionalizada, que tal ir morar em Cuba, Venezuela ou Argentina?

sexta-feira, 21 de junho de 2013

VOCÊ NÃO É PORCO SELVAGEM

Adaptado, com um comentário final
Você captura porcos selvagens encontrando um lugar adequado na floresta e colocando algum milho no chão. Os porcos vêm todo dia comer o milho gratuito. Quando eles se acostumam a vir todos os dias, você coloca uma cerca. Mas só de um lado do lugar onde eles se acostumaram a vir. Quando eles se acostumam com a cerca, eles voltam para comer o milho e você coloca o outro lado da cerca. Mais uma vez eles se acostumam e voltam para comer. Você continua assim, até colocar os quatro lados da cerca em volta deles, com uma porta no último lado. Os porcos, que já se acostumaram ao milho fácil e às cercas, continuam a vir. Você, então, fecha a porteira e captura o grupo todo.
E assim, em um segundo, os porcos perdem sua liberdade. Eles ficam correndo e dando voltas dentro das cercas, mas logo voltam a comer o milho fácil e gratuito. E ficam tão acostumados a ele que esquecem como caçar na floresta por si próprios. E por isso, aceitam a servidão.
É exatamente isto o que está acontecendo com o nosso país: O governo ficava empurrando o povo para um falso comunismo (porque os dirigentes são todos capitalistas, burgueses do socialismo, latifundiários, empresários do capital público) e um arremedo de socialismo espalhando o milho gratuito, na forma de:
• Propagandas de auxílio de renda (criando uma infinidade de estado-dependentes, um verdadeiro curral eleitoral),
• Bolsas auxílio de todos os tipos (quando o que o homem precisa é trabalho e dignidade),
• Impostos variados (sob a desculpa de financiar o que já tem dinheiro mais que suficiente, só que mal gasto ou desviado por eles mesmos – lembra-se do mensalão, máfia dos sanguessugas, dos vampiros, etc.?),
• Estatutos de proteção a minorias (que acabam com os direitos da maioria, como, por exemplo, na seguinte hipótese: se um negro agredir um gay, teremos homofobia, e se um gay agredir um negro, teremos racismo. Qual dos que lutam por supremacia racista ou sexista gostaria de ser enquadrado pelas leis que tanto defendem agora),
• Cotas para estes e aqueles (prejudicando, entre outras coisas, o mérito),
• Subsídio para todo tipo de coisa (menos para o trabalho),
• Programas de bem-estar social (e não melhorias de infraestrutura),
• Medicina e medicamentos gratuitos. Devemos nos lembrar que, por exemplo, não existe esse negócio de almoço grátis e, também, que não é possível alguém prestar um serviço mais barato do que seria se você mesmo o fizesse.
Finalmente, se você percebe que toda essa maravilhosa “ajuda” governamental se opõe ao futuro da democracia em nosso país, você vai ajudar a tornar este texto conhecido por todos os seus amigos e contatos.
Mas se você acha que políticos e ONGueiros (financiados por interesses externos) pedem mais poder para as classes deles tirarem liberdade e dinheiro dos outros para beneficiar “você” ou os “pobres”, então, tudo bem, faça de conta que não leu (quem tem mais propriedades, "eles", os ONGueiros pseudolibertadores, ou os pobres que anunciam defender? Lembre-se que Lula, o pai dos pobres, é rico, e só alguns de seus filhos enriqueceram - talvez por serem laranjas). E que Deus o ajude quando trancarem a porteira!
O milho já está sendo colocado faz tempo; as cercas estão sendo colocadas aos poucos; imperceptivelmente. E quando menos se espera...
PRONTO! TRANCAM A PORTEIRA – E NÃO SE ILUDA, VOCÊ ESTARÁ DENTRO E JÁ NÃO HAVERÁ NENHUMA FORMA DE RECLAMAR POR LIBERDADE – ELAS FORAM DESTRUÍDAS HÁ MUITO, MUITO TEMPO, E VOCÊ CONCORDAVA!

O que está acontecendo com o Brasil hoje? Ou o milho não está sendo suficiente [o que não creio] ou tem gente armando novas cercas tentando atrair os que já se encontram "domesticados" e que se tornaram muito numerosos, para seu redil. O que não esperavam era que, neste processo de transposição, alguns dos encarcerados, talvez nascidos no cárcere, tenham percebido que há algo mais que o cercado. E acabaram fugindo ao controle.
Lembro-me de quando era adolescente, tínhamos um touro guzerá que chamávamos "lesado". Era extremamente violento e muito grande. Precisávamos levá-lo de um pasto para outro, e para que ele andasse pelo corredor entre fazendas era preciso que ele fosse conduzido junto com uma dúzia de vacas muito mansas, muito obedientes. A estratégia era que ele se sentisse confortável, e seguisse a boiada. Eu era o encarregado de ir à frente, abrir a porteira e impedir que o gado seguisse adiante. Só que o "lesado", preferiu fazer seu próprio caminho, enquanto as vacas entraram pela porteira aberta ele preferiu seguir o caminho da liberdade e veio com toda a força em minha direção. Consegui reconduzi-lo, meu padrasto, Jalmiro Queiroz, já falecido, repreendeu-me [e depois elogiou meu destemor, na verdade, imprudência e inexperiência] posteriormente por ter encarado o touro. O que quero destacar é que, talvez, alguns estejam percebendo que podem seguir adiante no corredor aberto, sem se dirigir para novos redis.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

DITADORAZINHA DE INCUBADORA

Monopólio do direito de manifestar-se? É verdade, a pretensa líder do Movimento Passe Livre, Mayara Vivian, estudante de geografia da USP, afirma que:

“Tem gente que não consegue nem mobilizar dez pessoas e leva uma faixa com dizeres horríveis, como coisas contra a legalização do aborto e outras. O MPL é anticapitalista e contra qualquer forma de opressão. Repudiamos várias das reivindicações feitas nos atos.”. 
Nos protestos desta semana, alguns manifestantes levaram faixas pedindo a redução da maioridade penal e contra o aborto, pautas contrárias aos seus interesses e desejos. Porque só o que ela quer é legítimo? É mais uma ditadorazinha de incubadora.

Prestem atenção no que está acontecendo, alimentar este tipo de ideário [mesmo que se digam livres de ideologia, eles tem uma ideologia claramente anti-cristã pois consideram a igreja uma instituição burguesa, não espiritual, opressora] é alimentar a própria destruição. Tem cristão colocando comida na boca do monstro, e logo o monstro vai morder-lhe não apenas a mão, mas arrancar-lhe a cabeça. Cristão, que tal se perguntar: Jesus se aliaria aos líderes deste movimento? Que tal se perguntar se Jesus se aliou aos zelotes? De onde é mesmo o reino de Jesus [Jo 18.36: Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui]? Parece sábio, justo e bom se empenhar na luta social, mas ao lado de vândalos e, mesmo que pretensamente pacíficos, inimigos declarados dos valores cristãos? Vale mesmo a pena? É mesmo sábio [I Co 3.19: Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles]?
Esta ex-mocinha com certeza vai se aproveitar da exposição que tem tido para se candidatar ou a deputada ou a vereadora muito em breve. Ela vai usar as imagens para se promover. É isso, só isso e nada além disso: luta por poder, por controle social. E se puder, um dia vai pra porta da igreja com uma multidão enfurecida para obrigá-la a aderir ao abortismo, ao homossexualismo e todo o restante da pauta que hoje está apenas guardada na gaveta. Não preciso ser adivinho nem profeta para afirmar isto. E sei que um dia, alguns cristãos mais empolgados com o esquerdismo dirão: "É, o coração do pastor não se enganou".

SOBRE A NECESSIDADE DE SANTIFICAÇÃO DA IGREJA E OS OBSTÁCULOS A SEREM ENFRENTADOS

O poder ou a realização de atos extraordinários, verdadeiros, não implica necessariamente na aprovação de Deus para a vida e os valores do coração de seus idealizadores [Mt 7.22-23: Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade]. Aliás, as palavras mais duras proferidas por Jesus foram direcionadas para aqueles que aparentavam espiritualidade, com ou sem realizações extraordinárias. A busca do conforto, poder e sucesso certamente não tem a motivação para que os tais que os buscam não possam ser chamados de “homens segundo o coração de Deus”.
Mais que qualquer realização espetacular por diversas vezes o Senhor demonstra querer ver em nós vidas santas, com renúncia ao mundanismo hedonista. Minha percepção, tanto ao olhar para a bíblia [sacerdotes egípcios - II Tm 3.8: E, do modo por que Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade. São homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé - ou Simão, o mago - At 8.11: Aderiam a ele porque havia muito os iludira com mágicas] quanto para a história antiga e atual é que acontecimentos supernaturais podem ser feitos mentirosamente e até diabolicamente, e mesmo a ação de Deus pode ser deturpada e mal interpretada num determinado contexto religioso.
Mas tem algo que Deus aprova porque é fruto da atuação do seu Espírito: a santificação, a produção abundante do fruto deste mesmo Espírito.
Sem saudosismo devemos nos perguntar: porque a Igreja do passado parecia mais santa? Em primeiro lugar, porque ela era efetivamente mais santa, menos mundana. E ela era menos mundana porque ela possuía padrões morais mais elevados porque falava-se mais sobre santidade, ensinava-se mais e, principalmente, vivia-se mais o evangelho verdadeiro, sem modismo, sem hedonismo e sem espetacularismo artificial.

Este estilo de vida centralizado na busca de prazeres, de realização pessoal, de sucesso, de conforto e tudo o que tem marcado a vida desta neo igreja deve ser abandonado pela verdadeira Igreja de Cristo, num desejo para viver santamente, numa experiência viva com o Senhor [Hb 12:14: Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor], este sim o padrão adequado de aferição de espiritualidade da Igreja de Cristo.

A BUSCA POR EVENTOS SUPERNATURAIS FAZ A IGREJA TIRAR OS OLHOS DA SANTIFICAÇÃO

Outra tendência da Igreja dos últimos anos é a de tentar medir a espiritualidade sem levar em conta a santidade, por aquilo que chamo de supernaturalismo. Não chamo de sobrenatural porque ele independe do natural, logo, o homem não tem nenhuma influência própria, ainda que eu admita influência derivada e concessiva, naquilo que foge à sua esfera normal de atuação, o mundo natural.
O supernaturalismo tem substituído o andar com Deus, e há uma tal “ostentação espiritual” que pode ser verificada numa disputa para ver quem e onde tem maior capacidade de realização de sinais extraordinários, usando tal parâmetro para salientar os pretensos avanços espirituais da comunidade.
Para criar, manter e/ou aumentar tal disposição promove-se encontros, seminários, cultos específicos e treinamentos para a manifestação destes sinais e prodígios, grandemente valorizados, mas sem levar em consideração de uma conduta pautada pela palavra, conforme requerida por Deus para todo aquele que professa a fé cristã.
Não tenho visto nenhuma promoção de eventos para a promoção do fruto do Espírito na vida cristã prática.
Por mais sensacional e poderoso que seja um homem produzir feitos espirituais e sobrenaturais isto não tem apelo na Igreja atual altamente contaminada pelo hedonismo, pela busca do prazer e do sucesso, pelo supernaturalismo hedonista.
Esta expectativa era muito comum entre os pagãos, como Naamã [II Rs 5.11: Naamã, porém, muito se indignou e se foi, dizendo: Pensava eu que ele sairia a ter comigo, pôr-se-ia de pé, invocaria o nome do SENHOR, seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra e restauraria o leproso] e foi o único método para provar que o Deus de Israel era maior do que Baal diante de paganizados hebreus [I Rs 18.24: Então, invocai o nome de vosso deus, e eu invocarei o nome do SENHOR; e há de ser que o deus que responder por fogo esse é que é Deus. E todo o povo respondeu e disse: É boa esta palavra].
Foi assim com Moisés para com os hebreus [Ex 3.13: Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?], Isaías para o rei [Is 7.14: Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel], Jesus entre os religiosos [Mt 12.38-39: Então, alguns escribas e fariseus replicaram: Mestre, queremos ver de tua parte algum sinal. Ele, porém, respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas] e o rei Herodes [Lc 23.8: Herodes, vendo a Jesus, sobremaneira se alegrou, pois havia muito queria vê-lo, por ter ouvido falar a seu respeito; esperava também vê-lo fazer algum sinal].
Lembre que Jesus diz claramente que a busca por sinais e maravilhas é uma característica de uma geração má e adúltera, não dos crentes. Mas o parlatório atual diz que quanto mais crente, maiores serão os sinais, o que é uma deturpação da Palavra de Deus.
Onde houver eventos não explicáveis sempre haverá um grande número de curiosos. Talvez isto produza adesões à igreja, mas não produz vida santa, e é curioso que algumas das mais marcantes transformações de vida produzidas em encontros com Jesus não tenha havido nada de espetacular: a mulher samaritana, o publicano Zaqueu e a mulher surpreendida em adultério.

Jesus evidencia a real transformação ocorrida nestas vidas e a orientação para que vivam santamente [Jo 8.11: Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais], ao qual a Palavra se refere mais de uma vez [Lv 20.7: Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR, vosso Deus] e Paulo faz eco com muita clareza [At 26.20: ...mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento] porque foi para isso que o povo de Deus foi criado [Ef 2.10: Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas].

A BUSCA DO SUCESSO FAZ A IGREJA ESQUECER-SE DA SANTIFICAÇÃO

Ninguém almeja ser fracassado. Ninguém trabalha para fracassar. Ninguém treina para perder. Todos os homens tem no coração o desejo de ser bem sucedido, e a Igreja tem incentivado a busca de realizações terrenas, isto é, almejar o sucesso e por isso admira ou inveja pessoas bem sucedidas.
Com a abundância de historias sobre pessoas bem sucedidas o sucesso pessoal, familiar e profissional, com consequências financeiras foi se tornando o padrão para se auferir a espiritualidade, tomando o lugar da obediência a Deus e sua Palavra.
Este é um fenômeno denominado de mensuração objetiva da fé, isto é, medir a fé tendo como parâmetro não a espiritualidade santa, mas o sucesso que alguém consegue obter, como se as bênçãos de Deus se resumissem a fatores humanamente reconhecidos como sucesso nesta vida.
Mas qual é o padrão? Dinheiro acumulado? Casa grande? Carro novo? Promoção educacional ou profissional? Onde fica o reino de Deus que deveria ser buscado como prioridade [Mt 6.33:  ...buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas].
Tribulação é antítese de sucesso. Cristo prometeu não o sucesso, mas as tribulações [Jo 16.33: Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo]. Ele as experimentou, era homem de dores [Is 53.3: Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso].
A Igreja, porém, tem rejeitado a promessa de Cristo, e, embora a maioria não ouse dizer isso, considera-o um fracassado, como os judeus o fizeram [Mt 27.40: Ó tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz!]. Consideram homens como Tiago [At 12.2: ...fazendo passar a fio de espada a Tiago, irmão de João] ou Paulo como fracassados [II Co 11.23-27: São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; muito mais em prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e um dia passei na voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez]. É preciso dizer que é justamente destes homens que o mundo não é digno [Hb 11.37-38: Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra].
Por contraditório que possa parecer, muitos cristãos modernos idolatram àqueles cristãos antigos mas rejeitam o modelo, isto é, não querem passar pelas experiências que eles passaram para serem mais que vencedores.
A questão é que, para ser mais que vencedor [Rm 8.37: Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.], tem que enfrentar mais que as lutas comuns, e o nome disto é tribulação por causa da obediência a Jesus Cristo [Mt 5.11: Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós].
Desejar sucesso neste mundo como prioridade é amar o mundo [I Jo 2.15: Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele] e sua concupiscência, que resulta em profunda doença espiritual, com reflexos no padrão pouco espiritual e profundamente materialista. A Igreja que adota este padrão mundano tomou a forma do mundo, sofre sua influência e vive com suas obsessões: sucesso, consumismo, riqueza, fama, reconhecimento, conforto, vida fácil, opulência, mas nenhum valor ou progresso genuinamente espiritual.

Esta Igreja é fruto de uma pregação superficial, motivacional, que apresenta Cristo e o cristianismo como um mero antídoto para o fracasso material, moral e emocional, um simples caminho para o sucesso e a prosperidade. Isto não é cristianismo bíblico, é mera religiosidade horizontal com o uso desobediente e descompromissado da palavra revelada por Deus.

A BUSCA DA SATISFAÇÃO PESSOAL FAZ A IGREJA ESQUECER-SE DA SANTIFICAÇÃO

Desde a primeira moda [roupas feitas de folhas de figueira, no Éden - Gn 3.7: Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si] é possível perceber o desejo constante de estar bem - e as folhas de figueira não são capazes de fazer isso, em atitudes que demonstram a inconstância do coração do homem. O homem ainda quer obter satisfação sem santificação, isto é, metaforicamente, escondendo-se de Deus e de si mesmo [Gn 3.10: Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi].
Dito de outra maneira, é possível que grande número de membros de Igrejas estão nelas buscando satisfação de alguma necessidade, especialmente moral e existencial, mas indispostos para com a santificação, porque santificação implica em renúncia das suas aspirações e anseios em favor da vontade de Deus.
O cristianismo atual evidencia uma tentativa desesperada de evitar todo e qualquer tipo de sofrimento e dar algum sentido, alguma satisfação e significado a uma vida que já parte de premissas equivocadas a respeito do que é felicidade e de quem Deus é. Pedir a Deus que dê a Igreja felicidade pode significar exatamente o oposto do que se pede. A busca de prazer, felicidade e satisfação pessoal afasta o crente do caminho da santificação, por conseguinte, afasta o homem de Deus.
O caminho da santificação é descrito por Jesus no sermão da montanha, nas bem aventuranças, onde ele descreve conceitos e princípios do reino de Deus, que não é deste mundo [Jo 18.36: Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui] nem é aquilo que os homens buscam, ouro e prata, comida e bebida [Rm 14.17: Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo], e este reino, por ser superior, deve ser priorizado.

A Igreja deve escolher entre o caminho da satisfação de anseios meramente terrenos ou uma vida de obediência a Deus e seus ditamos exarados em sua palavra. Quanto mais prazer a Igreja buscar, mais distante ela estará de Deus, e, consequentemente, de uma vida santa e da verdadeira realização do propósito de Deus, com a Igreja numa alegria verdadeira e felicidade plena, que só se obtém num relacionamento de grande intimidade com Deus [Sl 25.14: A intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança].

SANTIFICAÇÃO É PARA QUEM QUER VER A DEUS

SANTIFICAÇÃO: SOMENTE PARA QUEM QUER VER A DEUS!
Hb 12.14-17
Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados; nem haja algum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um repasto, vendeu o seu direito de primogenitura. Pois sabeis também que, posteriormente, querendo herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora, com lágrimas, o tivesse buscado.

Quem quer ver a Deus? Ou, usando o caminho do raciocínio inverso, quem não quer ver a Deus? Se esta pergunta for dirigida a cristãos, muitos podem até afirmar que ela é desnecessária. Mas será que a Igreja realmente pensa em “ver a Deus”? E o que isto significa?
Por ver a Deus refiro-me não a enxerga-lo como vemos coisas, mas no sentido de experimentá-lo na plenitude do que ele se dá a experimentar.
Esta ressalva é importante porque não devemos pensar na totalidade de Deus, pois ele sempre será infinito e o homem sempre será finito, e o sábio teólogo africano, Agostinho de Hipona, já afirmava que “finitum nunc capere infinitum”, isto é, o finito não compreenderá o infinito. Mesmo na glória, o homem sempre será finito, e Deus não abandonará a sua infinitude. Na glória experimentaremos o que Deus tem preparado para nós, que, hoje, já é mais do que conseguimos compreender [I Co 2.9 ...mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam].
O sentido de “ver a Deus” inclui a experiência com Deus que é, também, a certeza da experiência da glória. E isto só acontecerá se, aqui, agora, houver uma real progressão numa vida de santidade, isto é, num progressivo abandono daquilo que o Senhor reprova em sua palavra e, ao mesmo tempo, numa prática progressiva daquilo que o Senhor ordena e é agradável aos seus olhos [Hb 12.28: Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; e, ainda, Hb 13.21: ...vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém! - e veja ainda I Jo 3.22: ... e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável].
Precisamos definir como ponto fundamental que a santificação é condição sine qua non para se ver a Deus, para se viver na presença de Deus ou, dito de outra maneira, não há como ser crente sem ser santo [I Pe 1.16: ...porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo]. Não há esperança de glória eterna [Rm 5.2: ...por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus] sem abandono da busca pela glória deste mundo.
Santidade ou santificação deve ser entendida como uma luta contra o próprio querer. Buscar a santificação significa começar uma luta contra um poderoso adversário. Vale lembrar que a bíblia afirma que temos três inimigos. O primeiro deles é moral, é este século, isto é, este mundo e as coisas que ele pode oferecer; o segundo inimigo é o deus deste século, o diabo, um adversário espiritual, poderoso e sagaz. São dois adversários externos. O terceiro, e, creio, o mais difícil de ser vencido, e que serve de brecha para a ação dos dois anteriores, é o nosso próprio coração, que sabemos bem ser terrivelmente enganoso ou corrupto.
Pode parecer contraditório, mas buscar a santificação é buscar a felicidade abrindo mão da satisfação pessoal, que é o conceito comum e equivocado do que é felicidade, isto é, normalmente confunde-se a felicidade com satisfação de prazeres e desejos - o grande problema é que os prazeres buscados pelos homens carregam em si mesmos os desequilíbrios morais fruto da transgressão adâmica [I Jo 2.15: Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo].
Após o pecado o homem imediatamente passa a buscar onde não poderia encontrar alguma coisa que lhe satisfizesse seus desejos e necessidades: faz isso ao dar e a continuar dando ouvidos a satanás, bem como no mundo e nas coisas que há no mundo, que não anda sob a lei de Deus mas serve aos caprichos de satanás [I Jo 5.19: Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno]. Mesmo coisas boas podem ser usadas pelo inimigo, deturpadas e tornadas más. Um exemplo é a honra que se deve dar aos pais, que, acrescida de uma religiosidade, acabou se tornando no culto aos antepassados, os “ídolos lares”, uma forma de idolatria.
A verdadeira satisfação, ainda que incompleta aqui, será encontrada na obediência a Deus, e esta é o caminho da santificação. No segundo caso, na desobediência, na busca pela satisfação nas coisas do mundo é não apenas enganoso, como também uma ilusão que gera enorme angústia e frustração porque fadada a não ser satisfeita.

E não pode ser satisfeita porque a satisfação só poderá ser encontrada em andar com Deus.

QUANDO O MESSIAS FRUSTRA AS ESPERANÇAS

É muito comum encontrar cristãos chorosos, frustrados. Conversando com as pessoas nos últimos 06, 07 anos, vim a descobrir que há uma enorme gama de pessoas que convivem com frustrações as mais diversas. Frustrações no trabalho – mesmo que sejam bons trabalhos. Frustrações familiares, mesmo que tenham famílias estruturadas e felizes. Frustrações no casamento, mesmo que tenham cônjuges abençoados e abençoadores. Frustrações com a solidão – porque ou não encontraram ou desprezaram a pessoa certa para dividirem as suas vidas.
Por outro lado, convivemos com o chamado ufanismo teológico. O que é isso? Cristãos – alguns sinceros – vivem como se a fé cristã os isentasse de problemas – e, na verdade, milhares são os que têm sido ensinados desta maneira. Passam a acreditar que, pelo fato de crerem em o nome de Jesus (e certamente isto é algo de importância incalculável) estarão livres de quaisquer dissabores. Esquecem-se das palavras do mestre e Senhor, Jesus Cristo, que disse que, no mundo, teríamos dissabores (Jo 16.33) e seríamos odiados (I Jo 3.1) como ele mesmo o foi (Jo 1.10).
Os cristãos têm, ao longo da história, colocado sua esperança em um fato escatológico, futuro, e de fortes conotações redentoras. Foi assim durante os primeiros anos. Foi assim, também durante os dois séculos seguintes. Tal redenção foi vista na pessoa de Constantino, quando este tornou o cristianismo uma religião permitida – e mais tarde ela acabaria se tornando a religião oficial do império romano – e do mundo mediterrâneo.
Mas esta esperança messiânica nunca foi exclusiva dos cristãos. Era uma realidade na vida dos judeus, que, de diversos modos, esperavam a vinda do messias, e a forma como esta esperança se dava influenciaria grandemente a forma de encararem a vida. À partir do instante em que Judá perdeu seus “reis ungidos”, o termo Messias passou a ser empregado para representar o agente de Deus que interviria na história humana, restaurando a ordem divina e trazendo o fim dos tempos, trazendo felicidade para o “povo de Deus”. Esta esperança dava-se de 04 formas diferentes:
1. Um grupo o via como um ser humano de ascendência especial, que seria chamado por Deus para desempenhar uma missão – a redenção do povo eleito;
2. Os essênios, grupo semelhante aos monges medievais, esperavam dois messias: um descendente de Aarão (restauraria a ordem sacerdotal) e outro de Davi (restauraria o trono – mas seria submisso ao primeiro).
3. O filho de Davi, venerado pelos judeus (II Sm 7.16) que restauraria a monarquia. Esta concepção prevalecia no tempo de Jesus – e foi causa de muitas revoltas.
4. A ressurreição de Moisés (Dt 18.15) ou Elias (Ml 5.23-24), concepção popular entre grupos apocalípticos (Mt 17.3).
5. O filho do homem, expressão usada por Daniel para identificar o agente supra-humano da salvação do reino de Judá (Dn 7.13). É a expressão favorita de Jesus.
Entretanto, todos estes conceitos estão ligados à formação de um reino terreno (Jo 6.15).
Entre os gentios, embora não houvesse uma expectativa desta espécie, tinham também suas esperanças. Os judeus esperavam a realização de sinais miraculosos por parte de Deus e de seu enviado. Já os gentios esperavam a revelação de uma espécie de sabedoria divina, que explicasse todos os fenômenos físicos e metafísicos. Muitos ensinadores, cheios de sofismas, surgiram neste período: havia os estóicos – moralmente impecáveis, abriam mão de quaisquer regalias (conta-se a história de um filósofo que morava em uma barrica, tinha apenas uma caneca para beber água e, depois de ajudar um cidadão ilustre, este lhe pergunta o que poderia fazer para recompensá-lo. Ao que ele responde: deixe chegar a mim a luz do sol, pois não deves me tirar o que não podes dar-me). Este despojamento das coisas materiais também os levava a não se importarem com as pessoas. Como resposta aos estóicos surgiram os epicuristas, que afirmavam exatamente o contrário: o importante da vida era curti-la – em tudo o que houvesse de bom. Comamos, e bebamos, pois certamente morreremos era o seu mote (I Co 15.32). É claro que também não se importavam com pessoas, ou com moralidade – queriam divertir-se, ainda que às custas das pessoas, da moralidade e da sociedade. Em meio à frustração geral, todos esperavam uma “filosofia” superior, e exigiam dos cristãos que lhes apresentassem tal filosofia, se quisessem ser ouvidos.
Neste contexto Paulo, filósofo, capaz de citar vários escritores gentios com desenvoltura, sem consultar quaisquer livros, se propõe a, entre os gentios, anunciar a cruz (I Co 2.2) – loucura, segundo a concepção gentílica. Como é que um enviado de Deus poderia morrer? Entre os judeus, a mesma coisa: onde estariam os sinais (Mt 16.4) que prenunciariam a vinda de YHVY?
Jesus frustra tais esperanças – simplesmente porque elas não condizem com a promessa de Deus. Não foi assim que Deus havia planejado, e, portanto, ele não mudaria seus planos apenas porque os homens esperavam de outra forma. Deus não muda (Ml 3.6).
É neste contexto que Paulo diz que os judeus pedem sinais (I Co 1.22-24). Que sinais? Talvez fogo e saraiva (Sl 148.8); jovens e velhos tendo visões, sonhos e profetizando (Jl 2.28), enfim, seria uma vinda cataclísmica – mas Jesus veio manso, suave. Não um general, não um conquistador, mas um professor, um cordeiro que se deixa conduzir ao matadouro. Isto era inaceitável para os judeus. Um messias que morre? Um messias crucificado – pregado no madeiro, lugar de maldição (Dt 21.23). Não, não servia – como não tem servido ao longo destes 2000 anos, enquanto um grupo ainda aguarda o messias, a maioria já abandonou a fé – e judaísmo hoje é apenas nacionalismo.
Mas Jesus veio. O messias já chegou. Leia o capítulo 21 do evangelho de Mateus, versos 1 a 17 antes de continuar (se você não ler, provavelmente não entenderá a conclusão deste post),
Era o domingo que ficou famoso como o "Domingo de Ramos" – dia da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém – as multidões o aguardavam, saudando-o como um rei. Milhares de pessoas estavam em Jerusalém nesta época, vindas de todos os cantos do mundo: por isso perguntavam: quem é este?
Os sacerdotes tinham medo de Jesus. Os religiosos também. Os gentios, idem. Cada um por seu motivo particular. Os sacerdotes não queriam perder o monopólio do templo. Os religiosos a permissão para sustentarem sua fé. Os gentios, medo de mais uma das constantes revoltas que ocorriam na palestina, e, nesta época, seria ainda mais perigosa devido ao grande número de estrangeiros que havia na cidade. E as multidões – estas só queriam uma coisa: que Jesus os libertasse dos romanos – que se fizesse general e rei. Que instaurasse o reino – neste mundo.
Mas não era essa a sua missão. Não foi para isso que ele veio. Sua missão era outra. Era, segundo ele próprio, dar a sua vida para resgatar seu povo (Mt 20.28).
Talvez seja por isso que muitos cristãos hoje estejam frustrados – esperam de Deus algo que Deus nunca prometeu. Deus nunca prometeu carro, faculdade, casa – pelo contrário, ele fala de autonegação. De abrir mão do que somos para sermos o que ele quer que sejamos. Entregar o caminho ao Senhor é isso: permitir que ele seja o guia, o condutor – e aceitar esta condução de bom grado, mesmo que tenha que atravessar o vale da sombra da morte, pois tal travessia se dará sob a firme convicção de que Jesus sabe por onde está nos conduzindo.

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