Como entender o pensamento paulino? Neste trabalho
seguiremos o conteúdo do trabalho de Ridderbos sem apresentar eventuais
análises críticas ou refutações que não cabem no escopo proposto, dado o tempo
e espaço disponíveis.
O objetivo do autor é obter um entendimento da estrutura
fundamental da doutrina e pregação paulina, sabendo que há varias linhas
principais a respeito da maneira pela qual Paulo deu forma e expressão ao
evangelho de Jesus Cristo, por ele chamado de “meu evangelho”.
A teologia da reforma tomou como linha principal a doutrina
da justificação pela fé em sua luta contra o legalismo e o misticismo romanista
tendo como base as declarações judiciais nas cartas (Rm e Gl). A teologia de
Lutero entendia que esta doutrina foi o único principio e critério para toda a
doutrina da salvação. A teologia de Calvino, mais equilibrada, não toma a
justificação pela fé como um principio canônico mas ela adquire uma importância
predominante como chave para a compreensão do evangelho, e, ara a consciência
de fé da reforma Paulo foi, acima de tudo, pregador da justificação e sua
teologia é considerada sob este prisma. Sob a influência do pietismo,
misticismo e moralismo a ênfase passou do acontecimento redentor ocorrido na
morte e ressurreição de Cristo para o processo individual de apropriação da
salvação concedida em Cristo e seu efeito místico e moral na vida do crente –
os aspectos judiciais deram lugar aos aspectos pneumáticos e éticos.
Isso mostra que a investigação livre e critica da pregação
de Paulo foi determinada pelas premissas religiosas e filosóficas de cada
época, e não é diferente no presente, podendo observar isso nas imagens de
Paulo oferecidas pelos investigadores nos últimos 100 anos: Paulo hegeliano
(Tübingen), liberal (teologia liberal), místico (história das religiões) e
existencialista (Bultmann).
Nenhum comentário:
Postar um comentário