sexta-feira, 18 de setembro de 2015

AS PRINCIPAIS LINHAS INTERPRETATIVAS DAS CARTAS PAULINAS AO LONGO DA HISTÓRIA

Como entender o pensamento paulino? Neste trabalho seguiremos o conteúdo do trabalho de Ridderbos sem apresentar eventuais análises críticas ou refutações que não cabem no escopo proposto, dado o tempo e espaço disponíveis.
O objetivo do autor é obter um entendimento da estrutura fundamental da doutrina e pregação paulina, sabendo que há varias linhas principais a respeito da maneira pela qual Paulo deu forma e expressão ao evangelho de Jesus Cristo, por ele chamado de “meu evangelho”.
A teologia da reforma tomou como linha principal a doutrina da justificação pela fé em sua luta contra o legalismo e o misticismo romanista tendo como base as declarações judiciais nas cartas (Rm e Gl). A teologia de Lutero entendia que esta doutrina foi o único principio e critério para toda a doutrina da salvação. A teologia de Calvino, mais equilibrada, não toma a justificação pela fé como um principio canônico mas ela adquire uma importância predominante como chave para a compreensão do evangelho, e, ara a consciência de fé da reforma Paulo foi, acima de tudo, pregador da justificação e sua teologia é considerada sob este prisma. Sob a influência do pietismo, misticismo e moralismo a ênfase passou do acontecimento redentor ocorrido na morte e ressurreição de Cristo para o processo individual de apropriação da salvação concedida em Cristo e seu efeito místico e moral na vida do crente – os aspectos judiciais deram lugar aos aspectos pneumáticos e éticos.
Isso mostra que a investigação livre e critica da pregação de Paulo foi determinada pelas premissas religiosas e filosóficas de cada época, e não é diferente no presente, podendo observar isso nas imagens de Paulo oferecidas pelos investigadores nos últimos 100 anos: Paulo hegeliano (Tübingen), liberal (teologia liberal), místico (história das religiões) e existencialista (Bultmann).

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