O relacionamento de
Paulo com a Igreja em Corinto era mais pessoal do que com os romanos, tendo
estado na cidade em pelo menos duas ocasiões e enviando e recebendo
correspondências e informações sobre o que ali acontecia. Diversos problemas
precisavam ser tratados, como um certo entusiasmo místico, sectarismo e até
mesmo rejeição da autoridade paulina. Foi em Corinto que Paulo rompeu com o
costume de procurar primeiro a sinagoga e passou a dirigir-se diretamente aos
gentios, embora contando com convertidos judeus. É provável que Paulo tenha
visitado Corinto duas vezes, mas é certo que suas cartas são rigorosas quanto
ao que sabia da conduta deles e sua propensão a diversos erros. Apesar de
algumas controvérsias a questão da autoria paulina destas cartas é
relativamente pacifica. Nelas Paulo trata de problemas morais, judiciais,
rejeição da autoridade apostólica, partidarismo especialmente pela constituição
multicultural da Igreja coríntia, e lembra, afinal, que Cristo não está
dividido. Apesar de serem cartas endereçadas à Igreja como um todo ela não
possui o mesmo formato doutrinário de Romanos ou Gálatas – embora possa-se
supor que a Igreja conhecesse a carta aos Romanos, escrita de Corinto. Os
principais problemas tratados são o divisionismo, os delitos morais e problemas
circunstanciais como casamento em tempo de crise, idolatria e ordem no culto
público e cuidado para não negar a essência da fé: Jesus Cristo, morto e
ressurreto. A principal dificuldade com o texto é a contextualização dos
princípios observados em situações específicas do I sec. para aplica-los a uma
realidade muito diferente no sec. XXI
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