A INTERPRETAÇÃO ESCATOLÓGICA
Albert Schweizer procurou estabelecer uma unidade entre sua
concepção de conformidade escatológica da vida e da pregação de Jesus e a
teologia do apóstolo Paulo. Para ele a doutrina de Paulo encontra-se totalmente
fundamentada na pregação escatológica de Jesus sobre a proximidade do reino
que, para Jesus seria uma questão futura e iminente, para Paulo (com a morte e
ressurreição de Cristo) estaria em estagio de concretização – o eschaton
passou a ser o tempo presente com a ressurreição de Cristo, e seu reino entra
em sobreposição ao mundo natural e a ligação com Cristo é uma experiência da
realidade expressa de maneira real e corpórea e, assim como a lei não tem poder
sobre Cristo, não tem, também, poder sobre aqueles que estão ligados a ele.
Todavia Schweizer é bastante seletivo e deixa muito espaço para oposição –
rejeita epistolas paulinas, faz uso de esquemas escatológicos judaicos de
maneira artificial e, ainda, não aceita a ressurreição como um fato e considera
as expectativas escatológicas tanto de Jesus quanto de Paulo uma ilusão. Sua
contribuição é procurar estabelecer uma unidade entre Jesus e Paulo tendo como
ideia central a vinda iminente do reino de Deus. Além disso é que rejeita a
ideia dualista grega e enfatiza o caráter histórico-redentor da salvação
pregada por Paulo, relacionando-o com a igreja primitiva de Jerusalém e o
evangelho ali proclamado.
Por fim, o tema que parece governar a pregação de Paulo é o
caráter histórico redentor escatológico da proclamação da atividade salvadora
de Deus no advento e a obra, especialmente morte e ressurreição de Cristo – o
cumprimento da obra de Deus na história de Israel como nação e que tem sua
consumação final na vida de Cristo e do reino dos céus.
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