A história da fundação da Igreja em Filipos é bem conhecida
estando relacionada com a conversão do carcereiro local. A carta foi escrita de
uma prisão, provavelmente de Roma (entre os nãos de 61 e 63), embora haja
partidários que defendem Éfeso (anos 54 e 57), com o intuito de agradecer o
envio de algumas ofertas e dar-lhes preciosas orientações, mencionando,
inclusive, a existência de um corpo dirigente naquela Igreja. Embora a autoria
não tenha grandes obstáculos para sua aceitação, alguns críticos a veem como
uma compilação de duas ou três cartas, mas esta teoria da interpolação carece
de bases mais solidas. Três problemas se destacam no conteúdo da carta: o temor
diante das perseguições, da qual a ausência de Paulo era um dos muitos eventos;
murmurações e discussões entre duas irmãs que estavam causando divisão na
Igreja e a infiltração ainda incipiente de judaizantes inimigos de Paulo que
podia levar alguns a abandonarem-no. E isto transparece no fato de ser uma
carta com as características mais emocionalmente pessoais do apóstolo, título,
aliás, dispensado na saudação inicial. Apesenta Cristo como gracioso e humilde,
e também glorioso. Embora preso, Paulo ainda se alegraria em saber que os
filipenses estivessem bem, demonstrando genuíno interesse pastoral, o que se
espera de um pastor – especialmente em tempo em que abundam os exploradores do
rebanho.
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