Carta de autoria geralmente indisputada onde Paulo defende
de maneira extremamente vigorosa a fé cristã – sem permitir qualquer brecha
para uma possível aceitação de algo que complementasse a obra de Cristo,
diminuindo-a. Os crentes gálatas eram gentios que se deixaram impressionar
pelos mestres do legalismo judaizante que os desviaria da verdade da
suficiência de Cristo para a salvação. A carta foi endereçada provavelmente aos
crentes da região de Antioquia da Psídia, Icônio, Listra e Derbe visitadas por
Paulo na sua primeira viagem, tendo sido escrita por volta do ano 50. Alguns
chegaram a defende que a carta houvesse sido enviada à região norte da Galácia
mas esta posição tem se mostrado insustentável pela ausência de argumentos
eficientes. O problema enfrentado na Galácia e em vários outros lugares levaria
à discussão de como os cristãos gentios deveriam ser admitidos à Igreja –
problema resolvido pelo concílio de Jerusalém retratado no cap. 16 do livro de
Atos dos apóstolos. O principal problema tratado na carta é a tensão entre
antinomia e legalismo – os legalistas viam o cristianismo sem a observância
ritual e formal da lei como ofensiva, e Paulo via a exigência desta observância
como uma negação da suficiência de Cristo para a salvação dos eleitos por quem
Cristo morreu. Esta visão acabou prevalecendo. O ponto final da carta aos
gálatas é o fato de que é o anúncio de que pela fé, e pela fé somente, o
pecador é salvo. Resolvido o problema da suficiência de Cristo, a questão dos
judaizantes fica como um precioso alerta para a Igreja e o legalismo, bem como
a tendência de colocar alguma exigência além da fé para a salvação dos que
creem no Senhor Jesus.
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