quarta-feira, 16 de setembro de 2015

ROMANOS - UMA INTRODUÇÃO EM UM PARÁGRAFO



A Igreja de Roma não é fruto do trabalho do próprio Paulo, nem de seus colaboradores diretos, sendo, provavelmente, resultado da conversão de cristãos anônimos, cidadãos do império que, em suas constantes viagens, entravam em contato com a fé cristã e traziam-na na bagagem. Não podemos afirmar que os cidadãos romanos presentes em Jerusalém fossem responsáveis diretos pelo surgimento da Igreja, mas o texto de At 2 atesta o fato de que cidadãos romanos tiveram contato com o cristianismo, ao mesmo tempo que nenhum registro confiável aponta a fundação da Igreja por um apóstolo – nem Paulo, nem Pedro. A comunidade aparenta ser formada por judeus (o que explica o cuidado de Paulo em mencionar repetidamente o Antigo Testamento – cerca de 60 vezes – e a história de Israel) e gentios, mencionados diretamente na carta e qualificando-se a si mesmo como apóstolo dos gentios. Se havia alguma tensão entre os grupos em parte ela poderia ser tratada com as várias citações do Antigo Testamento e do problema da raça judaica e seu endurecimento para dar lugar a uma nova comunidade de predestinados independentes da raça, fazendo com que todos, judeus e gentios, se vissem como um novo e único povo, conclamando os judeus a olharem para a lei não como um fim, mas como um aio a conduzi-los a Cristo ao mesmo tempo que mostra aos gentios os privilégios dos judeus de terem sido escolhidos como caudatários da revelação de Deus. É geralmente aceito que Paulo escreveu esta epistola tendo como residência a cidade de Corinto, por volta dos anos 56 a 59 d.C. Mas, com que propósito ele o fez, já que não era um dos seus fundadores? Apesar de conjecturas a respeito de uma espécie de “testamento teológico” o texto da carta expressa claramente o seu propósito: Paulo queria visitá-los, experimentar alguma forma de comunhão espiritual com os romanos e dirigir-se para o oeste dando continuidade ao trabalho missionário que vinha empreendendo, agora tendo Roma como sua base estratégica. Quanto ao problema textual toda a carta apresenta uma mensagem unificada, a despeito de existirem manuscritos que encerram a carta no cap. 14, todavia nem mesmo o fato de Paulo apresentar saudações pessoais a uma Igreja ‘desconhecida’ é argumento válido, pois o propósito de Paulo era entrar em contato com o maior numero de cristãos romanos. A carta aos romanos mantem-se como um vivo testemunho tanto da sabedoria de Deus quando da inexcusabilidade dos homens por não reconhecerem os claros sinais da existência e poder de Deus resultando em licenciosidade e revolta, mas nada disso diminui a glória ou a soberania de Deus. Paulo aborda questões éticas, morais, políticas, pessoais de relacionamento entre os diferentes grupos de cristãos existentes na Igreja lembrando que o Senhor de todos é um só.

Nenhum comentário:

FAÇA DESTE BLOG SUA PÁGINA INICIAL