Braço direito de Dilma Rousseff, Erenice Guerra, 51 anos, tornou-se ministra-chefe da Casa Civil em abril deste ano, quando Dilma saiu do posto para disputar a Presidência [era sua secretária-executiva até então]. Antes, tentou, sem sucesso, ocupar uma cadeira no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Superior Tribunal Militar (STM). Formada em direito, filiou-se ao PT em 1981.
Dossiê contra FHC
Em abril de 2008 Erenice era secretária-executiva da Casa Civil, e comandou a elaboração de um dossiê sobre gastos pessoais do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. O documento seria usado para chantagear políticos da oposição, em revanche às revelações de gastos de ministros de Lula feitas pela CPI dos Cartões Corporativos. O governo blindou Erenice e Dilma. A número 2 da Casa Civil sequer foi citada na sindicância interna sobre o caso, apesar de numerosos indícios apontando para a responsabilidade das duas “damas de ferro”. Enferrujadas.
Em prol dos Sarney
Em agosto de 2009, a pedido de Dilma Rousseff, Erenice Guerra foi ao gabinete da então secretária da Receita Federal, Lina Vieira, para agendar uma reunião entre as duas. Na ocasião, Dilma pressionou Lina a encerrar uma investigação do Fisco sobre a família de José Sarney. Dilma negou o encontro. Lina revelou detalhes sobre ele, citando Erenice. As imagens do circuito interno de TV do Palácio do Planalto, que poderiam comprovar ou desmentir a reunião, sumiram [um ato ilegal do gabinete de segurança institucional da presidência], como revelou a revista VEJA em julho de 2010. Se essa gente defende os Sarney, quem nos defenderá desta gente?
Lobby na Casa Civil
Em setembro de 2010 a reportagem de VEJA revelou que o filho de Erenice, Israel Guerra, comanda, com ajuda da ministra, um esquema de lobby dentro da Casa Civil. Por meio do pagamento de uma “taxa de sucesso”, o filho da ministra facilita a aproximação entre empresários e o governo. Um empresário do setor aéreo relatou ter conseguido contratos de R$ 84 milhões nos Correios após pagar um percentual de 6% ao grupo de lobistas. Nesta segunda-feira, 13, um dos assessores da Casa Civil citados no esquema, Vinícius de Oliveira Castro, pediu demissão. Logo depois outra empresa, de eletricidade [vale lembrar que Dilma Roussef e Erenice Guerra andaram juntas, também, no ministério das Minas e Energia] relatou a cobrança de propina por parte do filho de Erenice, Israel, bem como uma sobretaxa para cobrir gastos da campanha da petista [cerca de R$ 5 milhões]. Outros parentes de Erenice também estão envolvidos.
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