terça-feira, 21 de setembro de 2010

I. A IGREJA E O VOTO

Antes de qualquer outra coisa, quero agradecer à minha querida professora Maria Lúcia, com quem tive o privilégio de conviver por dois anos no Seminário Teológico Presbiteriano José Manoel da Conceição, onde ela lecionava inglês e português. Também convivemos na Igreja Presbiteriana de Vila Mariana entre os anos de 1996 a 2000. Para quem quiser conhecer o blog da mestra, veja http://mylifeattheseashore.blogspot.com. Sei que o texto ficou longo, mas, como não ser assim, escrito "a quatro mãos"? Thank you very much, teacher.

Está muito próximo o dia das eleições presidenciais – talvez a eleição mais importante da história do nosso país. Entendo que provavelmente é mais importante que as primeiras eleições diretas na década de 80 do século passado. Por quê? Porque, naquela época, estávamos retomando, como nação, o caminho da democracia após décadas de ditadura militar.

E agora, sem os devidos cuidados e com as instituições fragilizadas [o judiciário é conivente e omisso, o ministério público idem, a polícia federal é pouco mais que uma polícia política, a imprensa, salvo raras exceções, se vendeu ao propagandismo estatal, a câmara dos deputados inteiramente vendida e o senado, talvez a única instituição capaz de barrar a demagógica destruição da democracia, pode ficar ainda mais fragilizado após estas eleições] podemos estar a caminho do esfacelamento da democracia em nome de um protagonismo esquerdista, à semelhança do que já ocorre, por exemplo, na Venezuela – o Brasil só não se tornou uma Venezuela ainda porque o lulo-petismo cleptocrata não conseguiu.

Como cidadãos que somos, temos uma enorme responsabilidade diante de tudo isto. Somos, é, claro, individualmente, pouco significantes no processo. Mas ainda assim cada um tem a responsabilidade de tomar decisões que, embora num primeiro momento tenhamos que vencer a passionalidade, vislumbre ao menos uma expectativa de que o país não vá, ao menos não tão rapidamente, rumo ao buraco descontrolado do populismo. Mesmo os cristãos que creem na absoluta soberania de Deus – e nós, os presbiterianos, ao menos nominalmente o cremos, temos esta mesma responsabilidade. Não como Igreja, mas como indivíduos, como cidadãos que tem, entre outras funções, a de serem sal e luz.

Nossa Igreja historicamente tem se mantido à margem dos conchavos e acertos políticos – ao menos em tese nossos pastores não se vendem a este ou àquele candidato. Mas pastores também são cidadãos – têm que ser responsáveis na condução do povo que lhe foi confiado, não podem fazer do seu púlpito palanque, um culto não é comício. A instituição, a Igreja não tem título de eleitor. Sua função é outra: proclamar as virtudes daquele que nos libertou do império das trevas e nos trouxe pro reino do filho do seu amor, Jesus Cristo. Enquanto isto, devem viver de maneira justa, santa e piedosa, dando glória a Deus e levando outros a fazê-lo.

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