QUANDO É ERRADO FAZER A COISA CERTA - I

Há alguns dias a cidade de Jacundá foi mostrada no Jornal Nacional como uma terra de aventureiros, sem lei e sem administração. Um jovem, menor de idade, portanto inabilitado para pilotar motocicleta, afirma [pilotando uma motocicleta, sem capacete] que “aqui não tem lei”. Está errado. Tem lei. Seus agentes é que são inescrupulosos, espalhados em todas as esferas. Muitos são bandidos mesmo [embora nem todos os moradores de Jacundá sejam bandidos, como erradamente afirma uma mototaxista falsamente indignada, querendo aparecer]. Vou ilustrar com alguns casos:

Há pouco mais de um ano quase duas dezenas de policiais lotados na cidade foram removidos [não tenho informações de que procedimento está sendo feito com eles no momento] por envolvimento no tráfico de drogas;

Um jovem teve sua motocicleta roubada e os policiais se negaram a fazer o registro da ocorrência, deixando escapar que a motocicleta já havia sido recuperada e perguntando quanto eles receberiam para “recuperar a moto”;

Policiais militares têm envolvimento com jovens, menores, podendo ser vistos com as mesmas em plena praça e à luz do dia;

Não é incomum [na verdade, incomum é que não aconteça] que veículos sejam abordados nas estradas por policiais para “pedirem uma ‘coca’” – eufemismo para propina;

Um jovem estava ao lado de uma motocicleta, fora da estrada, e policiais afirmaram que iriam levar a moto que estava do se lado. Desistiram depois de algum tempo, mas conseguiram levar o dinheiro que o rapaz pussía: R$ 2.00;

É prática comum a cobrança de “taxa de amizade” para a obtenção de contratos públicos na administração [ou, mais precisamente, falta dela] pública local;

Quando se tentou regularizar o trânsito jacundaense foi com truculência e abuso de poder, com invasão de residências para apreensão de veículos sem ordem judicial competente. Teve como resultado revolta da população com queima de veículo do DETRAN e ameaça aos funcionários do mesmo;

Uma motocicleta 2010 foi multada num km inexistente em Jacundá, da PA 150, com data da infração de 2009. Foi negado pedido de recurso.

Estes são apenas alguns exemplos. Mas muitos outros poderiam ser elencados. Porque tudo isto? Para tratar do que se segue.