sexta-feira, 18 de março de 2011

DA SÉRIE PERSONAGENS: ISAQUE, VALE A PENA ESPERAR

143Gn 17:15-21

Isaque é o filho mais novo de Abraão – e único de Sara. Foi gerado em circunstâncias excepcionais.

Abraão era já "amortecido" aos 100 anos [Hb 11.12] e Sara há muito tinha passado pela menopausa – contava com 90 anos [Gn 18.11]. Ele nasceu um ano depois da destruição de Sodoma e Gomorra.

O nascimento de Isaque se dá por intervenção sobrenatural de Deus [Gn 18.10] corrigindo a intervenção "jeitosa" de Sara quando deu sua serva, Hagar, para coabitar com seu esposo, gerando Ismael [como a promessa era que de Abraão procederiam nações, ela não viu problema em que o filho fosse gerado de outra mulher]. A promessa de Deus era para abençoar "todas as famílias da terra" através do filho da promessa, e não do jeitinho. Deus escolheu abençoar o mais novo, e não o primogênito. Isaque se destaca nas Escrituras por ser um homem que nada fez de extraordinário. Apenas se manteve no caminho que lhe foi traçado. Podemos dizer que Isaque foi um homem manso.

A obediência de Isaque se mostra em várias ocasiões:

1. No sacrifício do monte Moriá: Isaque tinha cerca de 20 anos deixou-se oferecer como sacrifício ao Senhor no monte Moriá. Deus sabe que o sacrifício maior é o do coração, e não o externo. Não permitiu que Isaque fosse morto e preparou um cordeiro para si [esse é o modo como Jesus comportou-se na cruz por nós, sendo obediente até a morte na cruz]. Isaque tipifica a obediência de Cristo, e estava no mesmo lugar onde, séculos depois, o templo seria erguido.

2. No seu casamento com Rebeca: Abraão mandou que um servo fosse à Harã buscar para seu filho uma esposa, dentre os de sua parentela. Não houve interferência nenhuma de Isaque [que já tinha aproximadamente 40 anos] – e quando a jovem chegou ele simplesmente a recebeu e a amou. Da mesma maneira que Abraão recebe Rebeca, Cristo recebe a igreja, que é composta por todos aqueles que o Pai lhe dá e que são chamados pelos seus servos.

3. Na sua resignação no sofrimento após ser traído: Uma vez tendo abençoado a Jacó, não vemos amargura nem ira em seu coração. Ele apenas compreende que, se assim foi, é porque era o desígnio de Deus. Ele queria abençoar Esaú, como seu pai queria abençoar Ismael [embora não tenha deixado de interceder sutilmente pelo filho – Gn 17.18]. Mas a bênção é de Deus, o homem é mero instrumento [Rm 9.8-16]. Também Cristo, traído e como cordeiro mudo, foi levado perante seus algozes. Não reclamou. Sabia qual era a vontade do Pai.

A vida de Isaque tipifica como deve ser a vida do crente: obediência em todas as áreas, aceitação da vontade de Deus, porque esta é sempre boa [Rm 12.2], mesmo que nós não entendamos o propósito divino. Se Ló mostra a vida de um crente que se envolve com o mundo, deixando-se influenciar, Isaque mostra como vive o novo homem (II Co 5:17). Apesar do que queremos, precisamos entender que Deus usa quem ele quer, e como ele quer usar. Abraão queria que Ismael fosse abençoado [Deus preferiu abençoar Isaque].

A bênção de Deus é para os que creem na promessa [Gl 4.28]. Isaque tipifica a filiação espiritual [Gl 4:22-31] que é dada unicamente aos que nasceram de novo [Jo 3:3], não da vontade da carne [Jo 1.13], mas de Deus.

Nenhum comentário:

FAÇA DESTE BLOG SUA PÁGINA INICIAL