sábado, 12 de março de 2011

O EXEMPLO DE JOSUÉ NA PRESENÇA DE DEUS

Js 5.13-15; 6.12-16

maraba2Estando Josué ao pé de Jericó, levantou os olhos e olhou; eis que se achava em pé diante dele um homem que trazia na mão uma espada nua; chegou-se Josué a ele e disse-lhe: És tu dos nossos ou dos nossos adversários? Respondeu ele: Não; sou príncipe do exército do SENHOR e acabo de chegar. Então, Josué se prostrou com o rosto em terra, e o adorou, e disse-lhe: Que diz meu senhor ao seu servo? Respondeu o príncipe do exército do SENHOR a Josué: Descalça as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é santo. E fez Josué assim.

Levantando-se Josué de madrugada, os sacerdotes levaram, de novo, a arca do SENHOR. Os sete sacerdotes que levavam as sete trombetas de chifre de carneiro diante da arca do SENHOR iam tocando continuamente; os homens armados iam adiante deles, e a retaguarda seguia após a arca do SENHOR, enquanto as trombetas soavam continuamente. No segundo dia, rodearam, outra vez, a cidade e tornaram para o arraial; e assim fizeram por seis dias. No sétimo dia, madrugaram ao subir da alva e, da mesma sorte, rodearam a cidade sete vezes; somente naquele dia rodearam a cidade sete vezes. E sucedeu que, na sétima vez, quando os sacerdotes tocavam as trombetas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o SENHOR vos entregou a cidade!

JOSUÉ era um homem experimentado. Há muitos anos acompanhava Moisés pelo deserto. Fora seu ajudante de ordens. Já conhecia a terra prometida, de onde, junto com Calebe e mais dez espias, trouxera frutos de qualidade incomum. Agora, após a morte de Moisés ele era agora o líder do povo de Deus. E estavam às portas da terra prometida. Mas havia uma barreira, a cidadela de Jericó. Já a conheciam, sabiam da dificuldade, mas tinham que tomá-la. A questão era: como? Deus tinha a resposta.

1. Josué estava na presença do príncipe do exército do Senhor [14]: Numa hora decisiva na história dos hebreus, Josué encontra um soldado que não conhecia. Não parecia dos judeus, mas também não lhe parecia ser egípcio ou cananeu. Jericó estava fechada e cercada, ninguém saía ou entrava. A origem daquele estranho precisava ser investigada. Por isso pergunta-lhe de que lado estava. A resposta surpreendente é: sou príncipe dos exércitos do Senhor. Era o auxílio prometido [Js 1.6, 9].

Aplicação: Assim como os hebreus, todos encontram, em sua vida, momentos decisivos - e algumas vezes em situações aparentemente insolúveis. Assim como Jericó parecia inexpugnável, ou Golias parecia invencível, enfrentar tais dificuldades não é privilégio dos hebreus. Nós também nos defrontamos com obstáculos, com momentos de decisão e confronto. O cristão precisa lembrar apenas que não está sozinho. O Senhor está contigo. Ele prometeu. E, quando Josué e os hebreus mais precisavam, ele enviou o príncipe do exército do Senhor para auxiliá-los. Não há nada melhor do que o auxílio providencial do Senhor quando é chegada a hora da decisão.

2. Josué reconhece que o príncipe do exército do Senhor é digno de adoração [14]: Embora um anjo fosse suficiente para dar a vitória a Josué e seu exército, a promessa de Deus não foi de enviar anjos, mas de estar presente ao lado do seu servo esforçado, corajoso, animado e fiel. E ele envia o anjo do Senhor [Sl 34.7], a segunda pessoa da trindade divina, para auxiliá-lo. Josué podia ter certeza de estar lutando ao lado do próprio Deus, que veio em seu socorro. O reconhecimento da presença de Deus leva-o à única atitude esperada de um homem piedoso: a humilde e reverente adoração. Não há homem piedoso que não se prostre ante o Senhor para adorá-lo. Somente os rebeldes se mantêm altivos - e a soberba precede a ruína [Pv 16.18].

Aplicação: Não precisamos esperar uma demonstração visível da presença do Senhor [teofania] para adorá-lo. Ele é digno de adoração pelo que é, pelo que fez, pelo que faz e também pelo que ainda fará. Não precisamos esperar ele fazer coisas extraordinárias para nos prostramos ante seus pés em reverência e adoração. Josué adorou-o antes de Jericó ser destruída. Nós devemos adorá-lo em todo o tempo e lugar.

3. Josué aprende que onde o Senhor está é lugar santo [15]: Em tempos nos quais a irreverência já tomou conta da vida da Igreja, onde os templos se tornaram lugar de conversas sobre todo tipo de assunto, onde os assentos se tornaram lixeiras grudentas, é necessário lembrar as palavras do profeta Habacuque: Deus está no templo [Hc 2.20]. Josué não espera a construção de um templo: ele reconhece, como Isaías, que qualquer lugar em que um homem piedoso esteja é o templo do Senhor. É terra santa, como aprendeu seu antecessor, Moisés [Ex 3.5], episódio cujo relato ele certamente conhecia.

Aplicação: Embora tenhamos lugares que chamamos de templo, o templo do Senhor, na verdade, é a vida, o coração do verdadeiro cristão. Por isso Paulo diz que nosso viver é templo do Espírito Santo [I Co 3.16], e que a adoração que o Senhor exige não se restringe a local, mas tem que ser eminentemente espiritual [Jo 4.24]. Há pouca reverência em nossos salões de culto, culturalmente chamados de templo - mas, será que há mais reverência na vida dos que se professam cristãos? Lembram os cristãos de que são santos do Senhor [Ed 8.28], e, como tais, não podem se entregar às obras da carne [Gl 5.16].

4. Josué aprende que a obediência conduz a vitória com Deus [6.12-16]: Agora com a certeza do auxílio do Senhor, Josué se prepara para a batalha. Entretanto, para o general, a estratégia de batalha não inclui, inicialmente, espadas, lanças, aríetes ou coisas semelhantes. O principal ingrediente para a batalha é obediência, paciência e esperança. Quem está e mantem a espada desembainhada é o Senhor. A Josué e aos hebreus cabe esperar e obedecer - e obedecer mesmo quando o que Deus ordena pareça absurdamente ilógico. Todo o capítulo 6 descreve um método de conquista de uma cidade fortificada que parece tudo, menos tática de guerra.

Aplicação: Obediência é algo difícil, especialmente quando isto significa ir na contramão das práticas comuns no dia-a-dia. É difícil não fazer o que todo mundo faz. Seguir a normalidade é algo extremamente cômodo. Mas a que preço? Josué obedeceu ao que o anjo do Senhor lhe ordenou - ainda que tudo parecesse ridículo aos olhos dos habitantes de Jericó. Embora a bíblia não relate aquele espetáculo certamente parecia patético aos olhos dos cananeus, e podemos imaginar o que os hebreus eram forçados a ouvir. Mas eles obedeceram - e venceram.

CONCLUSÃO

Todos, mais cedo ou mais tarde, são obrigados a enfrentarem momentos decisivos em sua vida. O que vai fazer diferença é com quem e como os enfrentamos. Podemos tentar fazer sozinhos, e à nossa maneira, como Ananias e Safira, ou como Saul quis fazer com Davi antes deste enfrentar Golias. Ou como o próprio Davi mais tarde, quando levava a arca para Jerusalém. Ou podemos obedecer. A diferença entre o cristão e o ímpio está na obediência de um e na autossuficiência do outro. Enquanto um pode se sair bem eventualmente, a vitória completa e definitiva só é possível com o auxílio do Senhor [Jo 15.5].

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