Todos comentam as cenas em que um motorista atropela vários ciclistas no Rio Grande do Sul. De fato as cenas são chocantes e injustificáveis. Uma reportagem afirmou que o ministério público vai verificar se o atropelamento foi intencional para indiciar o motorista por “tentativa de homicídio”. Creio que deve ser. O atropelador justificou afirmando [surgiram duas testemunhas, motoristas de outros veículos, que se contradizem: há uma testemunha que confirma e outra que nega] que, ao passar por alguns ciclistas os mesmos começaram a bater no carro e jogar as bicicletas sobre o mesmo. Mas nem isto justifica a sua atitude tresloucada.
DIREITOS
Defendo a qualquer custo o direito de que as pessoas manifestem suas opiniões, seja em lugares públicos ou privados. Os ciclistas [ e quaisquer outras pessoas] possuem o direito de manifestar-se. Possuem o direito de dizer o que pensam e o que desejam. Entretanto, quero lembrar outro direito: o de ir e vir. Este é um problema que precisa ser equacionado. Tais manifestações tiram o direito de outras pessoas de se locomoverem – pessoas que não tem qualquer interesse no assunto ou qualquer culpa em relação ao problema que causou a manifestação. No caso dos ciclistas, eles poderiam ter feito a sua manifestação ocupando apenas uma das faixas da rua, ou ficando nas laterais. Mas ordinariamente os manifestantes ocupam toda a rua, quase sempre desnecessariamente. Na sequência deste episódio manifestantes se deitaram na Av. Paulista, em São Paulo, para defenderem um slogan simplesmente tolo: “Mais amor, menos motor”. Como se eles não precisassem dos motores no seu dia-a-dia. A própria reportagem mostrou que eles se reúnem uma vez aos fins de semana para andar de bicicleta. E como se locomovem de segunda a sexta-feira?
CONCLUO
Manifestantes [de qualquer ideologia] tem o pleno direito de dizer o que pensa. Mas não possuem o direito de impedir a locomoção das pessoas. As ruas são para todos os tipos de público. Mas geralmente a maioria sofre nas mãos das minorias organizadas. Mas repito: a atitude do motorista gaúcho é injustificada e merece nada menos que cadeia.
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