Nem bem começou o mandato e a presidanta já pede mais tempo para fazer o que vem fazendo até agora: não cumprir nenhuma das promessas que fez durante a campanha, ou, se podemos ler de outra maneira, fazer muito do que foi usado como terrorismo eleitoral contra José Serra. Por exemplo, propagandearam que Serra seria contra o funcionalismo, mas ela acabou de suspender contratação de concursados e a realização de novos concursos. Ela admitiu que os 4 anos de seu mandato podem ser insuficientes para erradicar a miséria no país [e quem não sabia disso]. Começou com um discurso que aponta para a não realização da promessa, mas, pelo menos, com grandiloquência:
"Temos um grande compromisso, que é acabar com a miséria no nosso Brasil. Posso não conseguir acabar nos meus quatro anos, mas eu vou insistir tanto nisso, que esse objetivo de acabar com a miséria vai ficar selado nas nossas consciências".
Segundo o IPEA [Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas], de 60 milhões de pobres em fins da década de 90, o número de pobres caiu para 30,4 milhões em 2003, e registra nova queda para 17 milhões em 2009. Eis o tamanho do desafio dilmiano: acabar com 17 milhões de pobres que recebem per capita até R$ 140,00. Que seu método não seja o do personagem Justo Veríssimo. Dilma promete que o Brasil dará um salto maior do que o de seus dois predecessores [29,6 milhões para FHC; 13,4 para Lula]. Uma simples questão matemática: para que seus números sejam melhores que os de FHC ela precisa criar 12.6 milhões de pobres e depois erradicá-los.
Mas ela não precisa explicar isto para ninguém. Alguém vai perguntar pra ela? Se ela está pedindo mais 4 anos, talvez vá criar estes 12 milhões nestes primeiros 4 anos…
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