sábado, 4 de junho de 2011

UM PRINCÍPIO PARA A LÍNGUA

Se o que você vai falar não abençoa, então, o seu silêncio já é uma grande bênção.

Há tempos [15 de junho de 2008] escrevi um post sobre a maledicência, a intriga, a mentira com o propósito de ofender a honra ou causar danos a terceiros. Aqui o link para o post "o que falamos, para bênção ou maldição", abordando a atitude do fofoqueiro mais ilustre das escrituras, o edomita Doegue. Lembro aqui um pequeno trecho que reproduz, de memória, um conto de Malba Tahan:

O contador de histórias conhecido como Malba Tahan em um de seus livros, "Lendas do Povo de Deus" conta a que um dia, o diabo, insatisfeito com a vida exemplar de uma comunidade, onde todos se amavam e se respeitavam, todos consideravam o seu próximo como digno de toda a honra que desejavam para si mesmos, resolveu acabar com aquela harmonia. Para isso, chamou dois de seus mais fortes demônios, e os responsabilizou por transformar aquela paz em terrível confusão. O primeiro armou poderoso grupo, investiu contra aquela vila e ela, por mais que fosse atacada, por menor que fosse a quantia de mantimentos disponíveis, por maior que fosse o número de baixas, se mantinha unida. O segundo, vendo que o ataque direto não funcionara, resolveu investir contra aquela vila com um sem número de doenças, insetos e coisas semelhantes, e, como resultado de seus esforços, viu apenas homens e mulheres cuidarem uns dos outros com desvelo e carinho. Irritado, o diabo já não sabia o que fazer, e, então, se lamuriava em um canto quanto um pequeno demônio saiu das sombras e disse-lhe ser capaz de destruir aquela vila. Olhando para aquele pequeno ser, o diabo deu uma sonora gargalhada e mandou-o sair dali. Mas tanto insistiu o pequeno que o diabo resolveu dar-lhe uma chance. Disfarçado com muita simplicidade, aproximou-se de um lenhador e começou a elogiá-lo, pela força física, pelo esforço de passar horas trabalhando na floresta e, quando estava de saída, deixou no ar uma certa dúvida quanto à honestidade de sua esposa e de um vizinho. Indo para o local onde a esposa do vizinho trabalhava lavando roupas, também fez elogios e novamente lançou dúvidas sobre a honestidade da sua patroa e do seu esposo. E assim visitou algumas pessoas. Dentro de pouco tempo toda a vila estava alvoroçada por desentendimentos entre casais, velhos amigos não se entendiam mais. E agora a vila estava completamente vulnerável ao ataque dos outros demônios. O nome daquele pequeno demônio era intriga. Também era conhecido em outros lugares como maledicência.

É claro que se trata de um conto, mas nada mais podemos esperar do diabo… ele é o pai da mentira… E a maledicência, intriga, falso testemunho são só aplicações da mentira visando atingir interesses. Esperar isso do diabo não é novidade, como também não o é esperar dos filhos do diabo, como Jesus firmemente afirmou [Jo 8.44].

É por isso que estranhamos em absoluto quando esta prática é encontrada no meio daqueles que se dizem parte do povo de Deus [mas podem até não sê-lo, como joio no meio do trigo – Mt 13 – até que sua verdadeira natureza se mostre – I Jo 2.19]. Porque fazem isso? Ora, se a verdade não lhes serve, pois não são filhos da luz, resta-lhes as obras das trevas, fazendo e falando do que lhes é próprio. E uma das mais terríveis armas que se pode usar contra alguém é a calúnia, a intriga, a difamação. Muitas vezes o prejuízo pode ser irreversível, por dois motivos: primeiro, o caluniado quase nunca sabe que está sendo ofendido e, ainda, quase nunca tem a oportunidade de defesa. Repito, a calúnia, a intriga, a difamação é uma prática do diabo e dos seus filhos. É inadmissível entre os filhos de Deus. Cada um fala do que lhe é próprio: "O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração" [Lc 6.45].

REFLITA NISTO:

Se o que você vai falar não abençoa, então, o seu silêncio já é uma grande bênção.

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