Em depoimento prestado à Polícia Federal (PF), o jornalista Amaury Ribeiro Junior afirma "ter certeza" que as informações usadas para abastecer um dossiê contra lideranças tucanas e contra o candidato do PSDB à Presidência José Serra foram "copiadas" indevidamente de seu notebook pelo deputado estadual Rui Falcão (PT-SP), um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República.
COORDENADOR DA CAMPANHA DE DILMA ENVOLVIDO NA MONTAGEM DE DOSSIÊ
Amaury afirma em depoimento que Rui Falcão era a única pessoa, além dele mesmo, que tinha a chave do quarto ocupado pelo jornalista no hotel Meliá Brasília, onde estaria o computador pessoal que guardava os dados dos sigilos fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, da filha de Serra, Verônica, do genro, Alexandre Borgeouis, além de outras lideranças do partido. No depoimento, o jornalista afirma que tem "certeza que tal material foi copiado por Rui Falcão, pois somente ele tinha a chave do citado apartamento, pois já havia residido no mesmo". Ainda segundo relato de Amaury à PF, ele constatou que Rui Falcão tinha a chave do quarto do hotel em Brasília depois de verificar junto a portaria do hotel que "o nome de Rui Falcão contava na portaria do hotel como sendo o ocupante daquela unidade". Apesar da declaração de Amaury, a Policia Federal ainda não adotou nenhuma atitude para investigar o possível envolvimento do coordenador da campanha de Dilma no vazamento das informações sigilosas dos tucanos.
PAGAMENTOS ERAM FEITOS À PARTIR DE BRASÍLIA
Procurado pela reportagem, Rui Falcão disse que não poderia se pronunciar sobre um depoimento a qual não teve acesso. Entre os petistas, a avaliação é que o vazamento dos dados do suposto dossiê ocorreu em meio a disputa de poder entre Falcão e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, que compartilhavam o comando da campanha até o início de junho, quando a existência do 'núcleo de inteligência' foi revelada em reportagem da revista "Veja". Apesar de Amaury estar em São Paulo quando o despachante Dirceu Garcia foi pago, o depósito foi feito em Brasília – onde, aliás, Amaury passava em todos as suas viagens à epoca.
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