Em 2002, com o intuito de ganhar as eleições e acalmar alguns setores do eleitorado, Luis Inácio divulgou a “Carta ao Povo Brasileiro”. Sua criatura, a candidata poste, não ficou atrás. Mas endereçou uma “Carta ao Povo de Deus” intitulada “Mensagem da Dilma”. Como a carta tem, claramente, o interesse de acalmar os setores evangélicos e católicos mais conservadores por causa das posições da candidata sobre aborto, liberdades religiosas, garantias constitucionais e preceitos que não afrontem a família podemos supor que para os demais, os que não são povo de Deus, esta carta é dispensável. Ela quer agradar os religiosos dizendo que não vai fazer – mas como a carta é só para estes, os demais, que querem que ela faça, podem fazer de conta que a carta não existe.
É interessante que ela pretende enganar o ‘povo de Deus’ com uma arma do diabo: a mentira. Ela chama de calúnia e boato a reprodução de falas suas defendendo o aborto. Ela pretende por um fim definitivo à divulgação dos vídeos. Ah, tá, e para calar o povo basta uma ‘decretal’…
Em seguida promete defender a liberdade religiosa, afirma ser pessoalmente contra o aborto, mesmo já tendo dito que o que tem que ser feito [o aborto] deve ser feito, prometendo não propor altarações de pontos que tratem da legislação do aborto. Só que a proposta está feita, o PNDH3, e é de sua autoria. Depois promete que a PL 122 não vai interferir em questões religiosas – será somente civil. E termina pedindo apoio para acabar com a divulgação dos vídeos e transcrições de falas suas, como as para a Revista Marie Claire.
Ao mesmo tempo os petistas lançam um panfleto em São Paulo, chamado "Militância Pedetista" [partido do qual ela foi membro até aderir ao lulismo em 2002] que publica uma foto de José Serra empunhando uma espingarda com os dizeres “Caricatura do Diabo”. Ah, tá, nada de campanha sórdida, não é? Mas ela vai dizer que "não sabia"…
Esta é Dilma, este é o PT. "Semper aedem".
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