segunda-feira, 4 de outubro de 2010

PLANO DE CARGOS E CARREIRA NA FAMÍLIA

Neste contexto algumas instruções foram dadas para a formação da família. Se entendemos que estas informações são supra culturais e atemporais, devemos buscar encontrar os princípios que regem a sua aplicação às famílias cristãs do séc. XXI. A primeira percepção que temos à partir dos ensinos bíblicos é que cada membro da família tem uma função específica, como numa empresa. Aliás, o casamento é a fusão de duas empresas, e geralmente, quando isto se dá, é necessário a adoção de um processo de reengenharia, onde alguns que eram senhores terão que se submeter a outros.

Este processo de reengenharia administrativa é necessário para evitar a duplicidade de funções, cargos e prerrogativas. Numa fusão cada empresa original tinha seu próprio presidente, seus vice-presidentes, seu tesoureiro e seus gerentes. Uma vez que passam a ser apenas uma empresa é necessário que alguns cargos sejam extintos, e alguns funcionários precisem ser remanejados, assumirem novas funções dentro do novo organograma a ser criado.

Quando duas pessoas se unem em casamento também precisam estar dispostos a assumirem novas funções, novas responsabilidades e privilégios, mas também novas obrigações e compromissos anteriormente inexistentes.

I. O PAPEL DO HOMEM

Embora o cristianismo seja considerado uma religião machista pelos homens e mulheres do séc. XXI, ele representou uma enorme revolução para os conceitos da época e, além disso, valorizou tremendamente a família como uma instituição de cuidado mútuo. Para a mentalidade greco-romana-judia, na relação conjugal o homem tinha apenas direitos [e um dever, o de provisão] e aos demais membros cabiam apenas deveres. Veja o que um legislador da época escreveu:

"Se descobres a tua esposa em um ato de infidelidade, podes matá-la impunemente, sem risco de ser condenado; porém, se é ela que descobre a ti, que não se atreva a tocar-lhe nem com um dedo, pois, certamente, não tem direito algum."

O cristianismo rompe com esta idéia estabelecendo deveres e responsabilidades antes impensadas para os homens [Ef 5.25; Cl 3.19; I Pe 3.7].

a. OS MARIDOS DEVEM SER COMPREENSIVOS

Eles precisam compreender a alma da mulher e suas peculiaridades e devem satisfazer as suas necessidades [I Pe 3.7]. Paulo, na sua Carta aos Efésios diz que os maridos têm que ser como Cristo para com a sua Igreja [Ef 5.25]. Ele se entregou por ela: amor sacrificial; deveria cuidar dela como do seu próprio corpo: cuidado especial.

b. OS MARIDOS DEVEM HONRAR SUAS MULHERES

A Palavra honra, dignidade, em algumas ocasiões descreve a honra que se deve aos reis. Em outras ocasiões como em I Pe 1.19 e 2.7 refere-se mais a um valor intrínseco, interior e intransferível, como algo essencialmente preciso. Os maridos são chamados a tratarem a esposa como se fora uma rainha, uma joia preciosa e única.

c. OS MARIDOS DEVEM LEMBRAR QUE AS MULHERES TÊM OS MESMOS DIREITOS ESPIRITUAIS

Não há nenhuma diferença entre homem e mulher no processo de salvação. A pecaminosidade de ambos é igual, a herança para os que creem é exatamente a mesma. Deus não privilegia ninguém em razão do seu sexo, ou raça, ou cultura... entretanto, o tratamento desigual no lar pode ocasionar um grave dano para todos os seus membros [I Pe 3.7]. A expressão interromper pode significar tanto a cessação da mesma quanto a perda da eficácia ou a negativa de Deus em responder orações carregadas de impiedade [Jo 9.31].


Nota: O ambiente interno da casa era chamado de "gineceu", onde só podiam entrar mulheres e crianças. O "lar" era o lugar onde o culto familiar era prestado, um cantinho em algo como a nossa sala de estar.

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