Quem viu José Eduardo Dutra na TV, indignado contra os tucanos afirmando que a quebra do sigilo fiscal de familiares de Serra e de membros do PSDB era uma armação pensou: eis aí um homem inconformado com uma falsidade. Bom, ele é petista, e é o presidente do partido. E isto não é por acaso. Eu vi e pensei: “vou esperar um pouco mais”. Indignação de petista é como o “top top” de Marco Aurélio Garcia no acidente da TAM, ou de Lula quando Serra foi agredido [interessante que ele achou o cúmulo a “classe média” apontar o dedo para baixo quando ele e Dilma passaram, mas não disse nada sobre que classe foi que agrediu o PSDBista].
Ele citou fontes da PF, controlada por seu partido, que ligariam a origem do dossiê a uma montagem para proteger Aécio Neves de José Serra. Mas o depoimento do fabricante de dossiê aponta para outro rumo, e não são as alterosas. Está mais para o planalto central: Ruy Falcão, deputado petista. Em nenhum momento do depoimento Amaury Jr. diz ter agido para “proteger” Aécio Neves, tese sustentada pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra, e outros dirigentes do partido. Dá pra acreditar em Amaury? Mais ou menos. Mas alguns dados são esclarecedores. Amaury disse estar juntando material há pelo menos 10 anos, e conseguiu as quebras de sigilo pouco antes de deixar de trabalhar no jornal O Estado de Minas.
Logo depois foi cooptado para trabalhar na pré-campanha de Dilma Rousseff. Ele foi chamado por Luiz Lanzetta, também jornalista, incumbido de formar um “núcleo de inteligência”, ou seja, espionagem, para a petista. Ribeiro Junior foi a Brasília e se hospedou em um flat no apart-hotel Meliá. O lugar pertence a um certo “Jorge”, que segundo Amaury lhe foi apresentado como “responsável pela administração dos gastos da casa do Lago Sul (a sede do tal grupo de inteligência) e da campanha de Dilma Rousseff. Ribeiro Junior diz ter levado para o apartamento um laptop com suas “apurações”, ou seja, a investigação ilegal sobre a família de Serra. E afirmou à PF “ter certeza” que o material “foi copiado por Rui Falcão, pois somente ele tinha a chave do citado apartamento, pois já havia residido no mesmo”. O jornalista também afirmou à polícia que foi até a recepção do apart-hotel e verificou que o nome de Falcão constava como sendo o ocupante do apartamento.
Ribeiro Jr. continua trabalhando do lado da Dilma. Ele está na Record, do herege Edir Macedo.
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