sexta-feira, 1 de outubro de 2010

GOLPE DE ESTADO NO EQUADOR? COM O APOIO DE LULA.

Sim, mas para o cientista político José Augusto Guilhon Albuquerque, que fundou e dirigiu o Departamento de Ciência Política e o Núcleo de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP) quem pretende dar um golpe de estado não são os policiais, mas o próprio presidente, Correa, que considera destituir o Congresso. Se isso realmente for feito, ele terá aproximadamente sete meses para convocar novas eleições gerais antecipadas - só porque sua bancada legislativa rejeitou parcialmente um outro projeto de lei. Nem mesmo seu próprio partido está de acordo com suas propostas. E, mais uma vez, ao invés de conversar, o presidente preferiu uma medida extrema. Ele avalia a aplicação da "morte cruzada" - um mecanismo constitucional que determinaria a dissolução da Assembleia em alguns casos específicos: obstrução pelos congressistas do plano de desenvolvimento, grave crise política ou comoção interna. Assim, durante vários meses, Correa seguiria governando sozinho. “Ele está acusando os policiais de golpe, mas na verdade ele é quem queria dirigir o país sozinho. Se há algum golpe em andamento, é dele próprio, pois tem uma Constituição em seu favor para governar sem o Congresso durante este período”, completou Albuquerque.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou o partido de Rafael Correa e condenou o que classificou como "uma tentativa de golpe de Estado no Equador", ignorando o fato de que o governo de Rafael Correa é quem planejava destituir o Congresso depois que sua bancada legislativa rejeitou parcialmente um outro projeto de lei. Mesmo sem saber ao certo o que ocorreu no país - porque ninguém sabe até agora - Lula chamou de “burrice” a ação dos policiais rebeldes.

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