FICHA LIMPA

NO TRIBUNAL DE CONTAS

Segundo o Tribunal de Contas da União [TCU] 4.922 políticos estariam proibidos de se candidatarem por terem apresentado contas irregulares nos últimos anos, num total de 7.854 condenações [quase duas por político]. A maioria das rejeições é do Maranhão (728), Bahia (700), Distrito Federal (614) e Minas Gerais (575). Santa Catarina teve menos condenações (86). A lista foi entregue ao presidente do TSE [Tribunal Superior Eleitoral], Ricardo Lewandowski, que divulgará o documento para que o Ministério Público Eleitoral e os Tribunais Regionais Eleitorais tomem as providências.

Não é o TCU quem decreta a inelegibilidade dos maus gestores, mas a Justiça eleitoral. Segundo ele, os políticos ficarão inelegíveis mesmo se já tiverem registrado as candidaturas até o prazo previsto no dia 5 de julho. “Se o julgamento for antes, não conseguirão registrar as candidaturas, e se o processo se prolongar para depois do registro, e mesmo depois das eleições, poderão ter também seus diplomas cassados”, observou.

UMA DUPLA DO BARULHO

O que Anthony Garotinho e Paulo Maluf têm em comum? FICHA SUUJAAAA. Mas, cada um a seu modo, querem mostrar sua "cara de produto oriundo da mata trabalhada em indústria de transformação moveleira". Anthony garotinho foi considerado inelegível pelo TRE-RJ e enfrentará mais um julgamento dia 23.06 no STF, num processo de compra de votos em 2006 [já está com duas denúncias de ilegalidade na pré-campanha de 2010]. Precavido, moleque velho, o carioca já entrou com medida cautelar para poder concorrer.

Em São Paulo, o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) disse hoje não temer que a Lei da Ficha Limpa impeça sua candidatura para reeleger-se à Câmara, ou mesmo que seu registro seja negado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Maluf disse que a sua "ficha é a mais limpa do Brasil", afirmou. "É bom que se diga: sou elegível, sou candidato a deputado federal e não tenho nenhuma condenação que me impeça. Tenho 43 anos de ficha limpa de trabalho. Este é o fato." Cara de pau. Vale lembrar que Maluf foi condenado em segunda instância pelo TJ-SP no escândalo que ficou conhecido como "frangogate" [compra superfaturada de frangos congelados em 1996]. O STF também condenou-o a ressarcir R$ 4,3 bilhões aos cofres públicos pelos prejuízos causados pela Paulipetro, empresa criada por ele quando foi governador de São Paulo, em 1979, para prospectar petróleo no Estado, sem sucesso.

E DAÍ?

Esses e outros estão na corrida para administrar o nosso país em benefício próprio. E, mesmo que a justiça eleitoral não os casse, ainda há uma última instância: a urna.