terça-feira, 8 de junho de 2010

O CRISTÃO E AS FESTAS JUNINAS

FESTA JUNINA. FESTA PAGÃ!festasjuninas

Esta semana decidi dedicar um pouco de tempo a este assunto e, ao ler o livro de Deuteronômio (25.17), numa passagem que retrata a confirmação da aliança de Deus com o seu povo, lembrando as promessas de bênção, encontrei esta passagem que creio, responde qualquer dúvida que um sincero cristão possa ter quanto a este assunto. Num primeiro momento quero estender o termo cristão o máximo possível, aceitando como cristão (ao menos por enquanto) como "todo aquele que se confessa seguidor de Cristo".

As chamadas festas juninas estão entre as três grandes festas anuais do calendário brasileiro (carnaval, juninas e natal). O país fica animado com a música (caipira e irritante), comidas típicas à base de milho e mandioca e as famosas quadrilhas (como se no Brasil já não as tivéssemos o bastante o ano inteiro). As festividades são dedicadas a três "santos" do romanismo: Antônio (dia 13), João Batista (24) e Pedro (28). Quero considerar tais práticas à luz da história e da bíblia.

As festas populares juninas são mais antigas que o cristianismo. Esta época (solstício de verão e ápice da estação) era marcada pelo início da colheita. Os celtas, bascos, egípcios e sumérios faziam rituais para garantir a fertilidade da terra (e das mulheres) e o crescimento da vegetação após o inverno que começava a se aproximar. Havia oferendas de comidas, bebidas e animais às divindades pagãs. Havia muitas danças ao redor das fogueiras para espantar maus espíritos. As crianças geradas nas festas anteriores eram passadas pela fumaça das fogueiras como proteção contra os espíritos.

Em Roma (sempre lá) havia as festas junônias, em homenagem à deusa Juno (dona do mês de junho). Seria daí o nome "festas juninas"? Estas celebrações coincidiam com a data da comemoração do nascimento de João Batista, e como a igreja de então não conseguia extirpar o mal, preferiu "encampá-lo", vestindo-o com uma nova roupagem pseudocristã. Mais tarde os jesuítas trouxeram estas festividades para o Brasil.

Vejamos o significado de alguns dos rituais (além do passar pela fogueira e oferendas de comidas):

O MASTRO: símbolo da fertilidade (falo, órgão sexual masculino), acreditava-se que trazia sorte à residência que o erigisse.

FOGUEIRA: para os pagãos espantavam os maus espíritos, e para os cristãos medievais simbolizavam a luz, portanto, sinal de bênção. No catolicismo tradicional são acesas sempre às 6.00h (hora da "Ave Maria" - por causa de uma lenda na qual Isabel teria combinado avisar a Maria do nascimento de João acendendo uma grande fogueira). Aliás, cada fogueira é arranjada de modo diferente: a de Antônio é quadrangular, a de Pedro é triangular e a de João é arredondada.

FOGOS DE ARTIFÍCIO: para espantar os maus espíritos, o diabo e seus demônios.

BALÕES: simbolizavam os pedidos aos deuses - ou aos santos. Se subirem, é porque os pedidos foram aceitos. Adotados como simbolizando os avisos de que a festa está para começar [haja bombeiros].

ESCONDER A IMAGEM DE ANTÔNIO: o personagem histórico, um franciscano de nome Fernando, rebatizado Antônio, ganhou fama por ajudar a encontrar objetos perdidos e cuidar de enfermos. Uma moça pobre, que não conseguia casar, teria feito uma oração ao santo e conseguido o dote. Daí a virar o santo preferido das jovens "casadoiras" foi questão de tempo. Alguém passou a divulgar que o santo atendia mais rapidamente se fosse colocado de cabeça pra baixo em um lugar escuro ou se lhe fosse tirado a imagem do menino que carrega (tortura ao santo de devoção - uma tolice dentro de outra).

É isto lícito para um cristão? Os cristãos evangélicos (e aqui estou começando a limitar o sentido do termo cristãos) e seus filhos podem participar de atividades juninas nas escolas ou em qualquer outras sociedades? Devem as igrejas promover algum tipo de festividade semelhante (como festa da colheita ou das nações)?

A primeira resposta é: as festas idólatras são vedadas aos verdadeiros cristãos, não importa o motivo alegado, por mais santo que possa parecer.

A segunda resposta é que aproveitar o clima (junino) para a pregação do evangelho é só uma desculpa para não fazê-lo o ano todo, além de criar uma evidente semelhança com o mal. As desculpas que se usam vão desde arrecadação de fundos a evangelismo, passando por obrigação profissional. Não importa a razão, as festas juninas são festas pagãs e ofensivas a Deus.

Nenhum cristão deve envolver-se em práticas herdadas do paganismo. O cristão não pode adequar seu modo de viver numa espécie de mundanização ou relativismo cultural (aliás, hoje, legalmente, nenhum cristão é obrigado a participar de qualquer culto ou prática religiosa travestida de cultura ou folclore - isto é uma garantia constitucional).

Não era assim no início da Igreja Cristã. Os cristãos dos primeiros séculos poderiam salvar a sua vida se apenas aceitassem dizer uma frase: "César é senhor", mas a grande maioria deles preferiu a morte, afirmando veementemente que somente "Cristo é o Senhor". Ninguém podia tomar uma atitude semelhante se não fosse impulsionado pelo Espírito de Cristo em seu coração (bem diferente do espírito do mundo).

Os promotores das festas juninas querem pagar promessas por dádivas que teriam sido recebidas dos seus santos patronos (ou pedir-lhes algo). Isto na prática é invocação de mortos, uma atitude condenada veementemente pelas escrituras. Mas a verdade é que mortos nada fazem por mortos [espirituais], e somente de Deus nos vêm todas as bênçãos. Como os sacrifícios (especialmente as comidas, bebidas e doces benzidos) são feitos aos padroeiros e suas imagens (idolatria), só nos resta lembrar a advertência do apóstolo Paulo: tais sacrifícios são a demônios e o cristão não tem nem deve ter absolutamente nada com eles (I Co 10.20).

Considerando tudo isto, pergunto: você acha lícito um cristão verdadeiro (e não é o fato de ter o nome numa lista de membros de determinada igreja - por mais ortodoxa que ela seja - que faz de alguém cristão) participar de uma festividade pagã? Termino com uma citação do livro que acaba com todas as dúvidas: a bíblia sagrada (pelo menos para o cristão):

[Dt 27.15] "Maldito o homem que fizer imagem de escultura ou de fundição, abominável ao SENHOR, obra de artífice, e a puser em lugar oculto. E todo o povo responderá: Amém!"

Só este verso já deveria acabar com o culto idólatra a Antônio, Cosme, Damião, João Batista ou Pedro - e a todos os outros, que lhe são semelhantes. Ao que nos cabe, então bradar: "Fugi da idolatria, povo de Deus - para não se tornarem partícipes dos flagelos destinados aos idólatras": o fogo do inferno, não uma simples fogueirinha.

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