Afirmei dias atrás que Lula entraria de cabeça na tentativa de encobrir o dossiê. Quanto mais soltos ficaram os neo-aloprados da casa de ilegalidades, mais enrolados eles ficaram. E não podia ser diferente. Chegou a hora, e Lula aproveitou a festa da convenção petista [que pretensamente deveria ser o lançamento da campanha de Dilma – campanha que começou em 2008] para jogar a culpa da existência dos dossiês em quem era a vítima dos mesmos: o PSDB [especialmente José Serra, Marcelo Itagiba e Eduardo Jorge]. Com toda a sem-vergonhice que lhe é peculiar [desde os tempos que pedia aos companheiros do sindicado que lhe ligassem se aparecesse uma "viúva bonitinha por lá", ou que fazia greve de fome chupando balas "juquinha"] o repulsivo cobrou das oposições uma campanha de “alto nível” [inacreditável], pedindo que não “façam jogo rasteiro, inventando dossiê todo dia”.
A pergunta é: quem inventou dossiês? A resposta: ninguém. Eles não foram inventados, sr. presidente. Eles existem, e foram criados por Dilma, Pimentel, Lanzetta, Mercadante, Benedito, Amaury Jr. etc.. Todos cumpanhêro… Para Lula a responsabilidade da existência dos dossiês oferecidos a jornalistas é das vítimas, não dos fabricantes. Sei. O problema é que eles existem. Se a oposição não existisse, não haveria dossiê, certo? Lula está dizendo que o erro é de Serra [que reagiu], da imprensa [que divulgou], mas não dos seus "fiotes"… Lula já passou a mão na cabeça de Dirceu [um quadro importantíssimo no partido], Delúbio, Sarney, Delfin, Severino Cavalcante, Collor, etc… Na prática, ele passa mais uma vez a mão na cabeça dos criminosos e acusa as vítimas. É o lobo da fábula: o lobo queria devorar o cordeiro, e, como não tinha uma razão para matá-lo, inventou uma, e, para nossa tristeza, o Brasil tem sido o cordeiro, alvo da sanha do lobo. Segue a fábula, na versão de Monteiro Lobato [se não me engano, a fábula é de La Fontaine] , para quem não a conhece:
Estava o cordeiro a beber água num córrego, quando apareceu um lobo esfaimado, de horrendo aspecto.
─ Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber? ─ disse o monstro, arreganhando os dentes. ─ Espere que vou castigar tamanha má-criação!...
O cordeirinho, trêmulo de medo, respondeu com inocência:
─ Como posso turvar a água que o senhor vai beber se ela corre do senhor para mim?
Era verdade aquilo e o lobo atrapalhou-se com a resposta, mas não deu o rabo a torcer.
─ Além disso ─ inventou ele ─ sei que você andou falando mal de mim no ano passado.
─ Como poderia falar mal do senhor o ano passado, se nasci este ano?
Novamente confundido pela voz da inocência, o lobo insistiu:
─ Se não foi você foi seu irmão mais velho, o que dá no mesmo.
─ Como poderia ser seu irmão mais velho, se sou filho único?
O lobo, furioso, vendo que com razões claras não venceria o pobrezinho, veio com razão de lobo faminto:
─ Pois se não foi seu irmão, foi seu pai ou seu avô!!! E ─ nhoque ─ sangrou-o no pescoço.
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