O jornal Valor Econômico colheu uma série de informações de um portal oficial do ministério do planejamento, criado pela Secretaria de Planejamento e Investimento Estratégico. Eram cerca de 3 mil páginas sobre 52 assuntos. Quando começaram a surgir repercussões do conteúdo do portal o ministro Paulo Bernardo mandou tirar o site do ar. Porque? Porque desmentia tudo o que Lula diz e dá enorme munição para os candidatos oposicionistas contra Dilmentira. Veja:
1 - A política agrária lulista não mudou a estrutura fundiária do país nem assegurou aos assentamentos assistência técnica, qualificação, infra-estrutura, crédito e educação. Resultado: a qualidade dos assentamentos é baixa, e os programas oficiais não elevam a renda dos agricultores que se tornam bolsa-dependentes;
2 – Como desafiou a senadora Kátia Abreu, a legislação trabalhista no campo não protege o trabalhador, mas provoca fluxo migratório para as cidades;
3 - A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não tem nenhuma política de curto ou médio prazo para a formação de um estoque estratégico e regulador de produtos agrícolas;
4 - A produção de biodiesel é economicamente inviável num futuro próximo;
5 – Não há justificativa para a formação de uma indústria nacional de defesa voltada para o mercado interno, prevista na Estratégia Nacional de Defesa;
6 - A educação brasileira apresenta os mesmos índices de 2003 em várias áreas: baixa qualidade em todos os níveis; quem conclui não domina os conteúdos, e, se comparado com indicadores internacionais estas deficiências são vistas claramente;
7 - O analfabetismo funcional, entre jovens e adultos, está em 21% na PNAD de 2008, com pequena redução em relação a 2003 [24,8%]. O número absoluto de analfabetos reduziu-se apenas de 14,8 para 14,2 milhões, o que aponta a manutenção do problema.
Todas estas informações sumiram por ordem do ministro Paulo Bernardo. Isso é censura, é esconder da população o que realmente está acontecendo, para que se possa mentir à vontade até 3 de outubro. A justificativa de Paulo Bernardo foi que vários ministros ligaram reclamando de críticas a seus respectivos ministérios e que se tratava apenas de um debate técnico. Debate técnico com tantas informações, 3 mil páginas? Ou é outro debate o que interessa, o político? E saiu-se com mais esta: os dados deveriam ser qualificados: acesso total aos técnicos [a verdade], acesso parcial e interpretado para os jornalistas [o que se deseja publicado, laudatório] e para o público [pura propaganda oficial]. O detalhe é que são dados sobre as políticas públicas, desenvolvidas pelo governo do Brasil. E aos brasileiros está sendo dito que eles não têm direito de saber. Este direito cabe somente à burrokratzia…
Era o governo criticando o governo. E o governo não gostou. E o governo censurou o governo. Mas ficou-se conhecendo a existência de um Brasil, real, conhecido pelo governo, e o Brasil oficial, divulgado pelo governo em verbas bilionárias de propaganda.
Estes dados não podem vir a público, a despeito de não ter nenhuma proibição [a não ser a vontade dos ministros]. Mas os dados fiscais de Eduardo Jorge podem? A despeito da vontade da Constituição proibir? Alguém me explique a cabeça de um petralha… aliás, nem tente…
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