terça-feira, 6 de julho de 2010

POLÍTICA, ELEGÂNCIA E DESELEGÂNCIA

É certo que vamos ver de tudo nesta campanha para a presidência da república.

Quero fazer o registro de dois momentos. O primeiro refere-se ao candidato do PSDB, José Serra. Em sua primeira ação oficialmente em campanha, esteve em Curitiba ao lado do ex-prefeito Beto Richa, candidato ao governo do estado. E mencionou em dois momentos a candidata petista. Sobre sua fuga à pergunta do Jornal O GLOBO [Porque quero ser presidente do Brasil] Serra disse que "Realmente parece que Dilma não sabe por que quer ser presidente". O jornal fez a pergunta aos três principais candidatos, e a candidata-almofada foi a única que não respondeu. Aliás, criticou-a por esquivar-se de oferecer ao eleitor a oportunidade de compara-la lado a lado com os demais candidatos, fugindo aos debates: "Acho que estamos chegando a um exagero de omissão, de não comparação. Isso não é bom para o Brasil e nem para os eleitores." Sobre o programa do PT apresentando na Justiça Eleitoral defendendo propostas polêmicas como controle da mídia, taxação de grandes fortunas e revogação do dispositivo que torna áreas invadidas indisponíveis para reforma agrária e logo retirado quando se notou a repercussão negativa do mesmo o PT trocou o programa por uma versão mais amena. Serra comentou que "O PT quer facilitar a invasão de terra, quer controlar a imprensa. Essa é a alma do partido" e conclui: "O segundo documento é um remendo mal feito do primeiro". Foi elegante. O segundo é uma farsa tão mentirosa quanto é a alma do petismo.

Por outro lado, que presidente da república de algum país civilizado ousaria fazer pouco caso de um dos componentes da chapa mais forte da oposição, dizendo não conhecê-lo? Esta é a atitude do Lula. Só um tolo poderia acreditar que ele não sabe quem é Índio da Costa. Lula mente porque aprovou um documento do qual o próprio Índio é o relator [a lei da Ficha Limpa]. Disse o tolo-mor: "Não conheço. Não conheço. Eu não sei se é demérito dele ou se é meu. O dado concreto é que eu nunca ouvi falar no nome dele", disse. Mas é mentira. Conhece sim. Seu governo trabalhou para tentar barrar o projeto do qual Índio era o relator. "Eu não sei se ele tem tanta virtude para ser escolhido a vice [o Michel Temer deve ter]", completou. "Mas o dado concreto é que acho que nem eu nem o Serra o conhecíamos [como ele pode falar em nome de José Serra? Quem o autorizou?]." Alguém vai lembrar ao falastrão que além de ser do Rio de Janeiro, terceiro maior colégio eleitoral do país e local onde Serra tem problemas de palanque, Índio foi relator do projeto Ficha Limpa, o que os aliados de Serra consideram um trunfo eleitoral. O deputado é ligado a Gilberto Kassab e ao líder do DEM na Câmara dos Deputados, Paulo Bornhausen. É amigo pessoal de Fernando Gabeira candidato ao governo do Rio pelo PV.

Nenhum comentário:

FAÇA DESTE BLOG SUA PÁGINA INICIAL