RELIGIÃO E CULTURA: A BURCA E A FRANÇA, TERRA DA LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE

A Câmara Baixa do parlamento francês [algo como a nossa câmara dos deputados] aprovou por 'quase unanimidade' [336 x 1] a proibição do uso de véus islâmicos [burca e niqab] em locais públicos. Os integrantes do Partido Socialista se recusaram a participar da votação. Cabe agora à Câmara Alta [senado] referendar a decisão, o que é altamente provável. Mesmo os representantes dos muçulmanos franceses lembram que tais peças não são obrigatórios pelo Islã.

Por outro lado, os principais defensores do uso destas vestes são radicais muçulmanos e defensores dos direitos humanos [que, curiosamente, não os vêem como violação dos direitos das mulheres obrigadas a usá-los]. Vale lembrar que há países em que as mulheres podem ser presas ou espancadas se saírem às ruas sem eles. O grande problema para os franceses, na verdade, não está na veste [apenas cerca de 2.000 mulheres as usam], mas a sociedade está se questionando sobre qual é o lugar do islamismo na França.

Após o posicionamento da França [que já proibiu o uso de quaisquer símbolos religiosos em lugares públicos, especialmente escolas], já há sinais de que outros países pretendem adotar posições semelhantes.

É curioso que seja justamente a França, terra de onde saiu o lema "Igualdade, Liberdade e Fraternidade" a caminhar no rumo das proibições. O que dizer sobre as vestes? Minha defesa é: usa-as quem quer, embora eu saiba que são, em si mesmas, instrumento de anúncio da presença do islamismo na região. A questão é se esta propaganda é positiva ou negativa… Infelizmente a liberdade [cultural e religiosa] que os islâmicos querem no ocidente cristão [ou pós cristão] não é oferecida aos cristãos no oriente médio.