Quintela e Romênio [veja post anterior] se desentenderam com Cavendish quanto à incorporação da Sigma Engenharia pela Delta Construções porque perceberam, entre outras coisas, que a Sigma seria usada para pagar os serviços da JD Assessoria e Consultoria, do traficante de influência José Dirceu.
E qual seria o trabalho de JD? Romênio é taxativo: tráfico de influência, aproximando Cavendish de pessoas influentes do governo do PT, viabilizando negócios entre a empresa e o governo federal [o que, efetivamente aconteceu tanto que praticamente todo o faturamento atual do grupo se concentra em obras e serviços prestados ao governo, especialmente em obras do Programa de Auxílio aos Companheiros – PAC]. Romênio afirma que a contratação da JD foi feita às escondidas, e ele, sócio, só tomou conhecimento quando começaram a chegar notas fiscais de prestação de serviços da JD.
Quintella afirmou que após a contratação da JD a Delta começou a receber convites de estatais para realizar obras sem a capacidade técnica para isso, como realizar trabalhos em áreas onde jamais tinha executado serviços. Um exemplo citado por Romênio é o caso da reforma do Maracanã, orçada inicialmente em R$ 705.000.000, e logo elevada para R$ 1.000.000.000,. Quando o TCU questionou o processo de licitação e o aumento de 30% antes mesmo que a obra saísse do chão e logo apareceram políticos [e não técnicos] para defender a obra da qual a Delta faz parte: José Dirceu e Sérgio Cabral, governador do RJ. Cabral é amigo íntimo de Cavendish. Cabral, como governador, deveria procurar diminuir os gastos, mas faz exatamente o contrário.
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