quinta-feira, 19 de maio de 2011

A TRAGÉDIA, OS ABUTRES E A CARNIÇA

Logo que houve a tragédia do terremoto no Japão, escrevi, entre outras coisas, sobre alguns tipos de abutres que estavam de olho no país devastado:

O primeiro tipo é ilustrado pelo ministro do trabalho do Brasil, o petebista Carlos Lupi. Ele afirmou que num primeiro momento o Brasil vai exportar menos para o Japão, mas eles vão precisar comer, comprar aço, madeira e outros commodities que o Brasil produz. Disse de maneira clara que o Brasil vai lucrar com a tragédia japonesa. O estúpido feito ministro disse: “O Brasil vai acabar, apesar de não desejarmos essa tragédia para ninguém, não tendo prejuízo, até ganhando com isso”. Em outras palavras, o Lupi, ministro do trabalho, esfrega as mãos de contentamento porque isto pode gerar mais empregos no Brasil. É o jogo do contente ao contrário [leia o livro Pollyanna, de Elleanor H. Porter para saber o que é o jogo do contente].

O que o Lobo não contava é com os efeitos residuais da crise. E eles não tardaram a chegar ao Brasil. O Japão já está, oficialmente, em recessão, e a Honda, montadora japonesa, resolveu demitir 400 funcionários da fábrica em Sumaré - SP. A alegação para as dispensas é que não há o que montar, pois a produção no Japão foi afetada pelo terremoto. Em todo o mundo, a montadora sofre com a queda no fornecimento de componentes desde o terremoto ocorrido em março.

Até aí, só nos resta lamentar. Não é o que pensa o sindicado dos metalúrgicos de Campinas e região. Eles protocolaram uma ação no Tribunal Regional do Trabalho, contestando a decisão da Honda. Querem que a montadora não demita, mesmo que ninguém esteja trabalhando e a empresa não esteja produzindo ou cuja produção esteja seriamente comprometida. Duvido que eles mantenham funcionários de alguma empresa que possuam e que não esteja produzindo.

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