O líder do governo na câmara dos deputados, Cândido [que não honra o nome] Vacarezza [envolvido em escândalos com construtoras em São Paulo] criou aquilo que, se o Congresso for sério [o que eu, sinceramente, não acredito], pode se tornar um grande problema para o governo. Ele disse falar em nome da presidanta que uma proposta do congresso para um assunto que está sendo discutido no congresso era "uma vergonha". Trata-se da emenda 164 ao projeto do Código Ambiental Brasileiro.
O que a Sra. Dilma está dizendo é que o congresso é incompetente, incapaz e vergonhoso… e manda um recado aos parlamentares, dizendo que eles não devem se rebelar contra sua suserania. Para complicar ainda mais o quadro, o "Vaca" disse que
- Esta Casa não está sob ameaça quando o governo tem uma vitória. Nem no regime parlamentarista a Casa fica sob ameaça quando o governo tem a vitória. A Casa fica sob ameaça, no regime parlamentarista ou no regime presidencialista, quando o governo é derrotado. Aí é que a Casa fica sob ameaça.
O que será que ele quis dizer com esta casa fica sob ameaça quando o governo é derrotado. A pergunta que nenhum deputado lhe fez foi: "Que riscos?". Se isto não é uma ameaça, uma chantagem, não sei que nome dar a isto. Não é a primeira vez que isto acontece. O governo já fez isso quando se votou o salário mínimo.
Das duas uma, ou Vacarezza mentiu usando o nome da presidanta, e se ela não o afastar da liderança endossa a mentira, ou ele falou em nome da suserana, e ela precisa ser interpelada por tamanho desrespeito aos brasileiros que elegeram estes congressistas [apesar de eles fazerem tudo para não merecerem respeito]. Há muitos anos li uma frase que ilustra bem a realidade do congresso: "quem se vende sempre recebe mais do que vale"… se este congresso se vendeu, recebeu mais do que vale e esta fala é só um exemplo do que merece.
O congresso tem se mostrado submisso ao planalto desde o governo Lula, com raras exceções. Um congresso comprado na base dos cargos e liberação de verbas, e, na contramão, ameaçado pela perda destes mesmos cargos e pelo bloqueio de verbas. O problema do Código se deu num momento especialmente frágil para a presidanta: seu principal articulador, o monstro da Casa Civil, Antônio Palocci, não pode se mostrar, está com as mãos presas por R$ 20.000.000, ganhos como consultor somente no ano eleitoral, e, destes, R$ 10.000.000, somente depois da eleição de Dilma e quando ele já fora escolhido ministro da casa Civil. Palocci tem que ficar calado, não aparecer, porque sempre que se mostra perguntam sobre seu assombroso crescimento financeiro. Nem Pelé ganhou tanto dinheiro em 1 ano.
Com a palavra, os brasileiros.
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