A história se repete para o povo de Deus no Egito. Foi assim no tempo dos faraós que "não conheceram José". No último dia 07 um grupo de muçulmanos cercou uma igreja cristã no bairro de Imbaba, no Cairo, tendo como resultado a morte de 12 cristãos, cerca de 220 feridos e dois templos cristãos incendiados. Assim como no Brasil quando a polícia procura impor a presença do estado nas favelas e as manchetes dizem que a polícia "invadiu" a favela, lá, a imprensa disse que tudo foi um "confronto entre cristãos e muçulmanos". Ora, os cristãos estavam em seus templos, adorando ao seu Deus. E foram cercados por muçulmanos – será que estavam adorando o seu deus? Este é o resultado da revolução que está acontecendo por lá. Os radicais estão se sentido mais livres para darem curso aos seus métodos… Os cristãos egípcios, em sua maioria coptas, são cerca de 10% da população e têm sido perseguidos pelas variadas correntes muçulmanas. Casas e templos têm sido invadidos e destruídos. E a imprensa praticamente silencia, à exceção de pequenas notas marginais, como se estes casos não fizessem parte de um evento maior.
O estopim do ataque foi uma mentira de que uma ex-cristã teria se convertido ao islamismo e estaria sendo mantida prisioneira numa igreja. Era mentira. Mas serviu de pretexto para a cada vez mais influente Irmandade Muçulmana insuflar seus asseclas contra os cristãos.
Segundo informes o ataque foi perpetuado por militantes salafistas, corrente extremista islâmica que cresceu após a queda de Osni Mubarak. Segundo Esam El-Eriam, porta-voz da Irmandade Muçulmana no Egito [expressão política do radicalismo sob cuja influência a perseguição religiosa tem aumentado brutalmente] afirma que estes eventos são expressão de uma contrarrevolução, como se os cristãos fossem defensores de Mubarak contra a revolução. Repórteres ocidentais foram impedidos de visitar lugares onde este tipo de evento estava ocorrendo, como na vila de Soul. Os repórteres foram acusados de serem espiões estrangeiros mas foram informados que poderiam entrar lá se estivessem sob a proteção da Irmandade Muçulmana. Curiosamente a Irmandade acusa o PND [Partido Nacional Democrático], de Mubarak, juntamente com agentes de segurança do estado e até mesmo criminosos de estarem por trás dos ataques aos cristãos. O porta-voz da Irmandade afirma estar decepcionado com bispos e o papa Shenouda III [da Igreja Ortodoxa Copta] aparecerem na TV reclamando dos ataques e apresentando-se como cristãos. A pergunta é: eles deveriam ficar calados e apresentarem-se como o que? Como muçulmanos? Mas ele pode falar em nome de um grupo: os muçulmanos.
Segundo ele, apesar da perseguição aos cristãos, eles deveriam se defender como civis egípcios. Não como religiosos. Observe: a perseguição é religiosa, organizada, com alvos e métodos. Mas os cristãos não podem se organizar para se defender nem declarar abertamente sua fé. Faz lembrar o período de Ester sob Assuero. Os cristãos não tem nem mesmo o direito de se organizar – e El-Eriam afirma que em 5 anos o Egito terá um governo religioso. A revista VEJA afirma que a quase totalidade dos mortos em decorrência da intolerância religiosa, no mundo, é cristã, especialmente no Oriente Médio e nos países asiáticos com maioria islâmica. E segundo os mais exaltados isso é só o começo.
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