Estes estudos sobre a família são publicados a pedido de membros da Igreja Presbiteriana em Jacundá, e fazem parte de uma série de estudos sobre família ministrados aos domingos na Escola Bíblica na sede e às terças-feiras no Alto Paraíso. Perguntas, sugestões ou dúvidas devem ser remetidas por e-mail.
A discussão moderna sobre família tem levado à seguinte indagação: existem papéis definidos para os membros da família moderna, em pleno séc. XXI? Deve a família moderna se organizar dentro de sistemas existentes há milênios? Creio que a questão não é se existe um padrão, mas qual padrão deve ser adotado. Dentre os padrões possíveis entendo que o melhor, o único realmente aprovado, é o padrão estabelecido na bíblia, a Palavra de Deus. Há papéis bem definidos para o homem [como esposo e pai], para a mulher [como esposa e mãe] e para os filhos. Nosso estudo de hoje é sobre o papel masculino dentro do lar.
CABEÇA
É inquestionável que o homem foi colocado por Deus como cabeça do lar. No livro de Genesis Deus criou o homem e lhe deu domínio sobre toda a criação [inclusive sobre a mulher]. Não se tratava de um domínio impositivo, mas cooperativo. Adão reconheceu Eva como alguém que lhe seria igual, mas cooperadora, mas distinta dele próprio [a visão e raciocínios masculinos, por exemplo, têm uma percepção diferente da visão feminina. A masculina é periférica, analisa rapidamente grandes quadros, enquanto a feminina é focada em detalhes muitas vezes despercebidos pelos homens]. A aliança fora estabelecida por Deus com e através do homem - e ele deveria responder pelo cuidado com a criação. Há algumas implicações em ser cabeça.
i. Responsabilidade de tomar decisões: Ao criar o homem Deus estabeleceu com ele um pacto, e é do homem que cobra a obediência deste pacto. Deus dirige-se ao homem quando este peca [Gn 3.11] porque a ele cabia responder pelos atos da família. Em momento algum - além do Éden, vemos algum questionamento quanto ao fato de Eva ter comido do fruto [e foi pecado, objetivo]. Todas as cobranças são dirigidas a Adão.
ii. Capacidade de sensibilidade: Como é na cabeça que se encontra os órgãos capazes de processar as sensações, também o cabeça não pode se furtar a ter sensibilidade para com os demais membros da família. Esta capacidade foi deturpada pelo pecado, mas ainda é uma obrigação masculina [Ef 5.25]. Um exemplo de sensibilidade masculina encontramos em Elcana [I Sm 1.8], e de insensibilidade em Nabal [I Sm 25.3].
iii. Responsabilidade de provisão: A constituição masculina, tanto em suas características fisiológicas quanto hormonais, as aptidões físicas demonstram que, embora iguais em honra, homem e mulher têm capacidades específicas. Não há desonra em um homem admitir ser incapaz para determinadas ações, porque sua constituição é diferente. Por outro lado, também não há honra maior para o homem ser mais eficiente que a mulher em outras áreas. É, entretanto, conveniente lembrar que exceções podem ocorrer como fruto da inadequação plena da criação por causa do pecado. Embora no Éden o homem não tivesse qualquer problema quanto à provisão alimentícia [Gn 2.16], ainda assim cabia a Adão, primeiramente, e só depois, por associação e complementação, a Eva, a responsabilidade de cuidar do jardim. Esta provisão também se relaciona à segurança com que a família edênica viveria, pois era papel masculino amparar a esposa [Gn 3.11 - Sl 127.5] - e nisto Adão falhou quando Eva foi enganada pela serpente [I Tm 2.14].
iv. Responsabilidade de educação: Cabia ao pai, e não à mãe, escola ou igreja, a educação dos filhos. Era o pai quem dava lições de história, de religião [Dt 6.20] e de civismo aos filhos [Ex 12.26]. Era o pai quem conduzia a família na adoração [Pv 22.6]. Ser educador implica também em disciplina [Ef 6.4] que deve ser exercida com firmeza amorosa [Pv 3.12; 13.24]. É interessante que a exigência bíblica de criar os filhos na disciplina não está separada da admoestação, isto é, o ensino e a correção são elementos de uma mesma educação [Tt 2.11].
FUGA AO PADRÃO
Em relação ao papel paterno, há alguns erros terríveis sendo cometidos atualmente. Poderemos citar:
i. Delegação de autoridade por parte dos homens: é cômodo deixar as decisões a cargo de outras pessoas, especialmente das esposas. O outro extremo é o autoritarismo, ligado ao próximo item: insensibilidade;
ii. Insensibilidade: fruto de uma visão hedonista de mundo, cada um faz o que lhe apraz;
iii. Comodismo: deixando à mulher a tarefa de prover a satisfação das necessidades familiares - com jornada dupla ou tripla;
iv. Delegação de liderança educacional e espiritual: é comum deixar à esposa, babá, TV, escola, igreja, polícia, bicho papão a tarefa de educar os filhos, negando-se a responder a necessidades legítimas daqueles que estão sob sua guarda [Sl 127.3]
v. Incapacidade de proteger a família dos ataques que sofre: não nos referimos a ataques físicos, mas morais, culturais e espirituais. Alguém ausente da educação e do convívio familiar não saberá quais as necessidades e problemas que têm enfrentado.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO
Você conhece alguma outra área em que a paternidade tem sido exercida de forma irresponsável? Que soluções você propõe para o problema da indefinição do papel masculino na família atual? Você concorda com a idéia de papéis intercambiáveis?
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