Sempre sou tentado a achar que os espertalhões, falsários, falsos profetas, neo-apóstolos de si mesmos acabarão, mais cedo ou mais tarde, chegando a um ponto em que digam: basta, daqui eu não avanço um passo. E sempre sou surpreendido com novos e pretensiosos passos.
A heresia da vez é do neo-apóstolo [ou após tolo] Estevão Hernandes. Demonstrando que nem mesmo a humilhação internacional a que foi submetido ao entrar nos Estados Unidos com dinheiro não declarado, escondido, inclusive, em uma bíblia de fundo falso [ou, no caso dele, contendo seu verdadeiro deus] que resultou em prisão e condenação do casal pela justiça americana, bem como o impedimento dos mesmos de entrarem novamente nos Estados Unidos, o ilustre senhor baixou uma determinação para que todos os membros da sua seita o chamem de “pai espiritual”, afirmando que tem “…direito, em vocês [isto é, nos membros], para ser chamado de pai, pois a Palavra foi ministrada a vocês por mim, o apóstolo…”. Não se trata nem mesmo de “um apóstolo”, mas “o apóstolo”.
Esta discussão gerou a saída do mais popular dos ministros da seita, o bispo Zé Bruno que liderava a banda Resgate. Para outros que insistem em debater o assunto, “o apóstolo” encerra a questão com as seguintes recomendações: [1] O Bispo Zé saiu com sua “bênção de envio”, [seja lá o que isto signifique]; [2] pastores, bispos e oficiais estão envidados a enviar, a ele e a outros, qualquer tipo de comunicação com “pretensas refutações apologéticas” contra a adoção do título de “pai”, dizendo que isto é um “ordenamento apostólico”, não desejando mais tratar do assunto. Diz não querer mais “receber telefonemas, mensagems ou discutir este assunto. Vamos poupar minha atenção para questões mais importantes”. E encerra dizendo que quem sente o verdadeiro amor vai obedecer, vai ser fiel, não vai questionar.
E agora? O que dizer de tudo isso.
Primeiro, o sr. Hernandes não se preocupa com refutações apologéticas, demonstrando seu enorme descontentamento com as discussões internas, repudiando que a adoção do título seja alvo de debate e que até se posicionando com desprezo em relação às justificativas contra o título, baseadas amplamente nas cartas paulinas. Uma rápida olhada nas Escrituras, especialmente no evangelho de Mateus, capítulo 23, vai mostrar que o Senhor é terminantemente contra a adoção de títulos que tirem a atenção do verdadeiro Pai, o celeste, cativando mente dos homens a pais, humanos.
Este erro já foi cometido pela igreja romana, e agora é reeditado pela seita Renascer – aliás, a esposa do cartunista Glauco, da seita Céu de Maria, é tratada por “mãe”, mesmo título reivindicado pela bispa [ou apóstola?] Sônia. Mesmo quando o apóstolo Paulo [este sim, apóstolo de verdade] reclama uma certa paternidade em relação aos coríntios, ele não reivindica uma obediência cega, à parte da palavra. Ele não exige um tratamento diferenciado. Ele quer, apenas, que os coríntios se lembrem que eles forma gerados pela palavra da verdade, e que, tendo nascido de novo, não devem rejeitar esta palavra, mesmo que outros pregadores aparecessem com qualquer outro tipo de mensagem.
O problema descrito e combatido por Jesus é a pretensão da adoração personalística fruto de algum mérito pessoal, como se o fato de pregar o evangelho desse a alguém o direito de proclamar-se o que só Deus é: Pai [Mt 23.9]. Estêvão Hernandes quer o lugar de Deus? Vai ter que entrar na fila. O papado chegou primeiro.
Pai por pai, fico com o meu, que está no céu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário