Na páscoa hebraica temos alguns símbolos que merecem ser estudados:
I. O cordeiro deveria ser perfeito - não se deve ofertar a Deus nada imperfeito (Ml 1.8 e 13);
II. O sangue indica a cobertura de uma transgressão (Hb 9.22). Os egípcios e hebreus eram igualmente pecadores, mas somente os hebreus estavam cobertos pelo sangue;
III. As ervas amargas simbolizavam o sofrimento sob os egípcios, mas também o resultado do pecado: sofrimento, amargura, dor;
IV. Os pães ázimos simbolizavam pureza. O pão seria só de trigo, água e sal, sem qualquer elemento que mudasse as características essenciais destes elementos. A vida do povo deveria ser caracterizada pela pureza, aparentando o que eram no íntimo (Is 1.11-18);
V. A pressa mostrava que Deus queria que seu povo saísse o mais rapidamente da escravidão e do pecado. O fato de comerem vestidos para viagem (sem a autorização de faraó) indicava também que criam que Deus é maior e mais poderoso que faraó e seus deuses. Era uma questão de fé em Deus.
JESUS CRISTO NA PRIMEIRA PÁSCOA
Tudo na primeira páscoa apontava para Jesus Cristo:
I. Jesus Cristo é o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo (Jo 1.29), mediante o derramamento do seu sangue (Hb 9.14), cordeiro perfeito e eterno (I Pe 1.17-21);
II. Nenhum dos ossos do cordeiro seriam quebrados - assim como nenhum osso de Jesus o foi (Sl 34.20 cp. Jo 19.36);
III. A carne do cordeiro não deveria ver corrupção, como também Jesus não viu (Sl 16.10);
IV. As ervas eram uma lembrança da amargura e do sofrimento no Egito - e Jesus experimentou todo o sofrimento com sua paixão e morte (Mt 26.39 e 27.46), e os cristãos também devem sentir tristeza por seus pecados.
JESUS CRISTO NA ÚLTIMA PÁSCOA
Pouco antes da sua morte Jesus celebra o que pode ser chamado apropriadamente de última páscoa hebraica, pois à partir dali ela assume um novo significado. Já não há mais necessidade de cordeiros ou sangue (Hb 9.11-12), pois o sacrifício de Cristo, feito de uma vez para sempre, torna obsoleto a morte de um animal inocente que apenas representava o cordeiro eterno, Jesus Cristo. A realidade (o próprio Jesus Cristo) torna obsoleta, desnecessária, a figura (o cordeiro ou cabrito).
Também não há mais necessidade de ervas amargas, pois a nova páscoa é a celebração não apenas da morte de Jesus em nosso lugar, mas o anúncio da sua vitória sobre a morte, da sua ressurreição, trazendo vida pra seu povo. A páscoa cristã deve ser alegre e festiva. É a lembrança do momento em que a nossa vitória foi alcançada, não por nós, mas para nós - plena, retumbante, completa e definitiva.
OS ELEMENTOS DA NOVA PÁSCOA
A nova páscoa tem apenas dois elementos: o pão, símbolo do seu corpo, e o vinho, símbolo do seu sangue. Os cristãos, ao participarem desta nova páscoa, afirmam que, pela fé, se reconhecem como membros do povo de Deus. Os que não participam ainda não pertencem ao povo de Deus, mas podem vir a pertencer. A nova páscoa é uma proclamação da vida, e um anúncio do evangelho, um convite àqueles que ainda não participam.
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