Lamentavelmente nos últimos tempos o número de estelionatários religiosos tem crescido assustadoramente: Estêvão e Sônia na Renascer, Malafaia que só é assembleiano formalmente, o defraudador universalista Macedo, o Sílvio Santos religioso, Soares, o mundialmente conhecido como bandido Waldomiro, e por aí vai. Nem vou me deter a falar nos neo-tolos tais como o Inri… Este não conta, ou é bobo demais e não percebe o papelão que faz, ou, e eu creio ser este o caso, é um palhaço que percebeu que pode viver [bem] às custas de fazer troça da fé criando um circo mambembe de péssima qualidade mas com ampla aceitação na mídia que não tem o que fazer ou mostrar, uma vez que os grandes humoristas desapareceram.
O repórter Rodrigo Valente, da Folha de São Paulo, nesta terça-feira, 13 de abril, informa que o ministério público de São Paulo tem em mãos um vídeo, entregue por um ex-voluntário da Igreja Universal do Reino de Deus [creio que seu deus é Mammon] mostrando a combinação feita pelos bispos para arrancar o máximo de dinheiro possível dos fiéis utilizando como pretexto a crise econômica de 2008. Não se trata de um trabalho para ajudar os fiéis que estivessem sofrendo com a crise, mas de arrancar mais dinheiro mesmo em meio à crise, e utilizando-a como pretexto.
Os vídeos, de duas videoconferências entre os líderes, na sede paulsita e outros estdos, coordenadas pelo bispo Romualdo Panceiro – considerado o segundo no comando e provável sucessor de Macedo, segundo o próprio – então é bom começar a prestar atenção neste sujeito.
Romualdo inicia uma das conferências tirando uma espada da cintura e colocando-a sobre a mesa, e depois, orienta os outros bispos graduados da igreja, entre eles Clodomir Santos, a recorrerem a trechos da Bíblia a respeito de Isaque, que recebeu orientação para semear mesmo em solo ruim e durante uma época de dificuldades agrícolas. Ignorando quais regras exegéticas ou hermenêuticas, e aderindo às práticas mais repugnantes de praticantes de conto do vigário [ou, atualmente, seriam dos bispos], ele interpreta que semear é dar dinheiro para a igreja. Insiste que os fiéis deveriam ser questionados se crêem mais em Deus que na crise. Ele brada:
“Por isso que a gente tem que perguntar [ao fiel]: “Você crê mais na crise ou você crê em Deus? Porque se você crê na crise, então você vai guardar para ela, ela vai pegar o que você tem. Sem que você saiba, quando você acordar, já era. Mas se você crê em Deus, você vai pegar o que a crise pode pegar e você vai colocar onde? [...] Vai semear no altar!”, diz.
Em seguida Romualdo indaga se Clodomir compreendeu: “É ou não é, Clodomir? Entendeu? [...] Não é legal isso?”. Clodomir concorda: “Arrebenta. Tá ligado”. Em seguida afirma que esta estratégia deve ser disseminada entre todos os pregadores da denominação, dizendo:
“Quer dizer, mais semente você vai ter, e quanto mais você tem semente, mais você vai colher. Pô, é muito forte, não é? Então, a gente tem que virar o jogo. Passar esse espírito para os pastores agora, como eu já passei”.
Para o bispo Sidney Marques, de Belo Horizonte [onde o ministério público considerou a universal a maior quadrilha de estelionatários agindo atualmente no Brasil – e eu pergunto, maior até que o petismo?] ele diz:
“Quer dizer, mais semente você vai ter, e quanto mais você tem semente, mais você vai colher. Pô, é muito forte, não é? Então, a gente tem que virar o jogo. Passar esse espírito para os pastores agora, como eu já passei”.
Ele se dirige ao bispo Sidney Marques, de Belo Horizonte: “Vai arrebentar, é muito forte! Hein, ô, Sidney?” “É o melhor investimento. O melhor investimento é esse”, responde Sidney. “Momento propício para o uso da fé”, arremata Romualdo.
O bispo diz que “combinou” com os pastores regionais de abrir três Bíblias, durante a oração do domingo, para “desafiar” as pessoas a trazerem dinheiro. “Eu combinei com os regionais aqui o seguinte, malandro [palavras dele]. No domingo [esfrega as mãos], falar assim: “Olha, pessoal, em nome de Jesus, você que vai agora semear em cima dessa palavra aqui, com [R$] 10 mil para cima, vem aqui na frente, coloca, muito bem. Com [R$] 1.000 para cima, vem aqui pra frente. Com [R$] 500 para cima, vem aqui na frente, com [R$] 100 para cima, com dez reais para cima, com uma moeda para cima, coloca aqui”. Porque aí a gente não está, como se diz, estipulando. Porque foi na hora da oferta, um desafio.”
Se você acha isto demais, então talvez ainda não tenha percebido a magnitude da pilantragem universalista. O outro vídeo, entregue também ao ministério público paulista, corrobora a tese do ministério público mineiro de que trata-se de uma quadrilha de estelionatários. Segundo o vídeo, alguns membros da igreja foram orientados a se manterem próximo de criminosos com o objetivo de que estes não assaltassem os carros-fortes que transportavam o dinheiro arrecadado pela igreja.
Isto não me surpreende porque já sabia de tal prática. Um sr. chamado José, que conheci em 2008, confidenciou-me que, no final dos anos 90 ele e alguns colegas, nunca convertidos a nenhuma forma de cristianismo evangélico, muito pelo contrário, faziam parte de um dos muitos grupelhos de criminosos juvenis que agiam e ainda agem nas cercanias de Belém, foram contratados para organizar por categoria as doações [jóias, relógios, dinheiro, cheques, etc.], e várias vezes eles perguntaram aos bispos se poderiam ficar com alguns [dentre os muitos] objetos de ouro que eram doados e que acharam interessantes – segundo ele isto acontecia em uma sala onde havia câmeras de vídeo.
Para minha surpresa mostrou-me duas jóias: uma gargantilha de ouro de no mínimo 2mm de espessura e um anel, também de ouro, com o nome do proprietário [ou da pessoa que o deu ao ofertante] gravado internamente. Liguei para ele e perguntei se poderia relatar isto neste espaço, e ele respondeu que sim, desde que não citasse seu nome completo nem onde reside atualmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário