Transcrevo, a seguir, trechos do documento de Rodrigo Constantino, ao qual quase nada teria a acrescentar:
...existem momentos tão delicados e extremos, onde o que resta das liberdades individuais está pendurado por um fio, que talvez essa postura idealista [anular o voto e não se envolver no processo político] e de longo prazo não seja razoável. Será que não valeria a pena ter fechado o nariz e eliminado o Partido dos Trabalhadores Nacional-Socialista em 1933 na Alemanha, antes que Hitler pudesse chegar ao poder? Será que o fim de eliminar Hugo Chávez justificaria o meio deplorável de eleger um candidato horrível, mas menos louco e autoritário? São questões filosóficas complexas. Confesso ficar angustiado quando penso nisso. Voltando à realidade brasileira, temos um verdadeiro monopólio da esquerda na política nacional, PT e PSDB. Mas existem algumas diferenças importantes também. O PT tem mais ranço ideológico, mais sede pelo poder absoluto, mais disposição para adotar quaisquer meios – os mais abjetos – para tal meta. O PSDB parece ter mais limites éticos quanto a isso. O PT associou-se aos mais nefastos ditadores, defende abertamente grupos terroristas, carrega em seu âmago o DNA socialista. O PSDB não chega a tanto. Além disso, há um fator relevante de curto prazo: o governo Lula aparelhou a máquina estatal toda, desde os três poderes, passando pelo Itamaraty, STF, Polícia Federal, as ONGs, as estatais, as agências reguladoras, tudo! O projeto de poder do PT é aquele seguido por Chávez na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador, enfim, todos os comparsas do Foro de São Paulo. Se o avanço rumo ao socialismo não foi maior no Brasil, isso se deve aos freios institucionais, mais sólidos aqui, e não ao desejo do próprio governo. A simbiose entre Estado e governo na gestão Lula foi enorme. O estrago será duradouro. Mas quanto antes for abortado, melhor será: haverá menos sofrimento no processo de ajuste. Justamente por isso acredito que os liberais devem olhar para este aspecto fundamental, e ignorar um pouco as semelhanças entre Serra e Dilma, mas uma continuação da gestão petista através de Dilma é um tiro certo rumo ao pior. Dilma é tão autoritária ou mais que Serra, com o agravante de ter sido uma terrorista na juventude comunista, lutando não contra a ditadura, mas sim por outra ainda pior, aquela existente em Cuba ainda hoje. Ela nunca se arrependeu de seu passado vergonhoso; pelo contrário, sente orgulho. Seu grupo Colina planejou diversos assaltos e assassinatos.
A seguir Constantino afirma que é muito difícil a escolha entre Serra e Dilma, mas afirma que "situações extremas demandam medidas extremas, e infelizmente colocam certos valores puristas em xeque. Anular o voto, desta vez, pode significar o triunfo definitivo do mal". E ainda, pergunta: "Como anular o voto sabendo que esta senhora poderá ser nossa próxima presidente?! Como virar a cara sabendo que isso pode significar passos mais acelerados em direção ao socialismo “bolivariano”?" e conclui que escolher entre eles é como escolher entre um soco na cara ou no estômago, mas que "em vez de soco na cara ou no estômago, podemos acabar com um tiro na nuca" [prática comum nos estados totalitários sonhados por Dilma, pelo qual ela lutou na década de 70].
Constantino conclui dizendo que seu voto será "anti-PT acima de qualquer coisa. Meu voto é contra o Lula, contra o Chávez, que já declarou abertamente apoio a Dilma" [João Pedro Stédile acabou de dar apoio irrestrito a Dilma, dizendo que a não eleição da Dilma coloca o MST no pior dos mundos possível para eles – oba, acho que a noticia é boa para o resto do Brasil].
A não eleição de Dilma não quer dizer que o Brasil estará no caminho certo para se tornar uma nação temente a Deus. Constantino afirma que continuará critico do governo que assumir. Mas hoje, diz, "é preciso retirar a corja que está no poder. Antes é preciso desarmar a quadrilha que tomou conta de Brasília. Ainda que depois ela seja substituída por outra parecida em muitos aspectos. Só o desaparelhamento de petistas do Estado já seria um ganho para a liberdade, ainda que momentâneo".
Constantino conclui: "espero ter sido convincente de que o momento pede um pacto temporário, como única chance de salvar o que resta da civilização brasileira – o que não é muito. Esta será a derradeira oportunidade de nos livrar e livrar nosso país deste penoso equívoco – pensem e re-pensem. Não anule seu voto, não deixe de votar – vote contra o PT, vote contra o lulismo"...
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