sábado, 3 de abril de 2010

A PÁSCOA: ORIGEM, SIGNIFICADO E CUMPRIMENTO

A data da origem da páscoa remonta a cerca de 3350-3450 anos, ou entre 1350-1450 a.C.

Esta data é facilmente encontrada devido a dois referenciais históricos muito bons: os registros bíblicos (muitos já comprovados por estudos arqueológicos) e os dados histórico-seculares correlatos (nesta época houve um significativo enfraquecimento do império egípcio, que acabou dominado pelos hititas, um grupo semita aparentado com os hebreus e cuja existência, embora sempre afirmada pela bíblia, só foi confirmada pelos arqueólogos e historiógrafos no séc. XX).

A primeira páscoa é relatada em Ex 12. A palavra pessach significa travessia, passagem, podendo se referir ao ato de Deus “passar por sobre” as residências hebréias poupando seus filhos quanto à travessia do mar vermelho, mas o mais certo e aceitável é dizer-se que a referência é à primeira hipótese.

Os hebreus já estavam no Egito há 430 anos, e eram oprimidos pelos faraós. Eles oraram ao seu Deus (YHWH) que enviou Moisés como porta-voz, libertador e emissário das 10 pragas.

As pragas foram mais do que meio de gerar aflição física e perturbação social. Na visão cristã foram o meio de Deus expressar seu julgamento sobre os deuses egípcios (Ex 12.12). Vejamos rapidamente cada uma delas:
I. Águas transformadas em sangue (Ex 7.14-25): atinge o rio Nilo, cultuado como Deus — é como se o Deus hebreu tivesse ferido de morte o deus egípcio;
II. Rãs (8.1-15): cultuada como divindade egípcia, símbolo da fertilidade. As rãs são mostradas como criaturas sob o comando de Deus, humilhando os sacerdotes egípcios, perturbando sua higiene. Por serem identificadas como divindades não podiam ser removidas por meio de matança;
III. Piolhos (8.16-19): atinge a higiene egípcia. Os insetos eram adorados como divindades (especialmente o escaravelho). Os magos não puderam imitar ou expulsar os inconvenientes parasitas;
IV. Moscas (8.20-32): outra praga de insetos, identificados como divindades e não podiam ser mortas (o nome belzebu - baal zebub - significa “senhor das moscas”). Além de incomodar (há estudiosos que traduzem zebub como vespões, tornando a praga ainda mais incômoda) causaram destruição e cessação dos trabalhos;
V. Morte do gado (9.1-17): O touro era adorado no Egito - e os judeus copiaram esta adoração (Ex 32.4) - mas a mão de Deus se abate impiedosa sobre estes animais. Porém a praga só atinge os animais dos egípcios;
VI. Sarna (9.8-12) ou úlceras: os magos egípcios, além de não conseguirem imitar esta praga, ainda sofreram duramente com ela, perdendo prestígio perante a sociedade egípcia;
VII. Saraiva (9.13-35): as chuvas eram vistas como dádivas especiais de uma deusa (Ísis), o seu próprio choro, mas Deus mostra que é ele quem controla todos os elementos (v. 29);
VIII. Gafanhotos (10.1-20): insetos sagrados, mas Deus os envia para acabar com as reservas alimentícias egípcias;
IX. Trevas (10.21-29): o sol era adorado como a maior das divindades egípcias (Rá), e é derrotado pelo ‘Deus hebreu’. O povo se desespera e pressiona faraó (tido como filho de Rá) para que deixe os hebreus irem embora;
X. Morte dos primogênitos: é nesta ocasião que é instituída a páscoa. Era a promessa de continuidade para os que temessem a Deus, e o fim das esperanças dos que permanecessem em desobediência.
Os hebreus foram libertados da escravidão no Egito e levados para Canaã (tida como terra que mana leite e mel), para cumprimento de uma promessa feita a Abraão, Isaque e Jacó. É o início da história nacional de Israel.

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